Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que mais tem despesa social pública, mas também está entre aqueles que mais conseguem recuperar essas verbas, através de impostos (diretos e indiretos) e contribuições sociais. Este cenário é pintado, segundo o “Jornal de Negócios”, pelos novos dados divulgados pela OCDE, que também já tinham levado o Jornal Económico a avançar que Portugal foi dos países que menos reduziu os seus gastos sociais no último ano.
De acordo com o “Jornal de Negócios”, Portugal recupera da despesa social única o equivalente a 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), isto é, mais de oito mil milhões de euros. Esse montante corresponde a 18% do valor que sai dos cofres do Estado em gastos sociais, o que coloca Portugal entre os países que consegue uma fatia mais expressiva dessas transferências, abaixo apenas da Dinamarca, Grécia, Polónia, Luxemburgo, Finlândia, Itália e Estónia.
Para essa captação, contam, sobretudo, os impostos indiretos (como o IVA), mas também os impostos diretos e as contribuições sociais. De notar que os dados da OCDE mostram que Portugal registou, no ano passado, os gastos sociais equivalentes a 24,6% do PIB, acima da média da OCDE, mas abaixo do valor de 2021. Ainda assim, essa quebra homóloga foi das menos expressivas das verificadas entre os Estados-membros.