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Quase um terço dos novos créditos para a casa em 2021 teve spread até 1%

O montante de crédito à habitação concedido cresceu 37% em relação a 2020 e o número de contratos celebrados aumentou 29%, mostra o Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito de 2021 do Banco de Portugal.
14 Julho 2022, 14h45

A recuperação da economia, depois de um período marcado pelos efeitos da pandemia de Covid-19, deixou os consumidores mais confiantes, ditando um aumento do número dos novos contratos de crédito à habitação, bem como do montante concedido no ano passado. Este maior dinamismo no mercado de crédito intensificou a concorrência e fez com quase um terço dos novos contratos tenha obtido um spread até 1%.

“Em média, foram celebrados 9.720 contratos de crédito à habitação por mês, aos quais correspondeu um montante de crédito concedido de 1.230,4 milhões de euros. Face a 2020, o número de contratos celebrados aumentou 28,7% e o montante de crédito concedido aumentou 36,5%”, refere o Banco de Portugal no Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito de 2021, notando que os “crescimentos verificados em 2021 são os mais acentuados desde 2017”. No final de 2021, as instituições tinham em carteira cerca de 1,43 milhões de contratos de crédito à habitação.

Dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que os preços das casas aumentaram 9,4% em 2021, mantendo-se a tendência de valorização já este ano com um aumento de 12,9% entre janeiro e março, a subida mais expressiva desde 2010.

Os novos créditos também contaram com custos mais baixos por causa das margens cobradas pelos bancos nestes empréstimos. “Os novos contratos de crédito à habitação com taxa variável indexados à Euribor a 3, 6 ou a 12 meses tiveram um spread médio de 1,14 pontos percentuais, relativamente próximo do spread médio dos contratos celebrados em 2020 (1,19), o que se verifica após as diminuições dos últimos anos”, indica o Banco de Portugal.

Segundo o relatório, a “maioria dos contratos celebrados a taxa variável (60,1%) continuou a ter spreads entre 1 e 1,5 pontos percentuais, embora este intervalo de spreads tenham perdido importância, face a 2020 (65%)”.

Em contrapartida, “os spreads entre 0,5 e 1 pontos percentuais passaram a representar quase um terço dos contratos celebrados a taxa variável, um aumento face à proporção do ano anterior (24,4%)”. São vários os bancos que apresentam como taxa mínima de preçário um spread de 1%, havendo alguns casos em que fica abaixo deste patamar.

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