“Desistir da ilusão que podemos prever o futuro é um momento muito libertador” – Lord John Browne

Ciente de que vou errar, mas sabendo que convém sempre ter um plano, eis as minhas quatro ideias para o que poderá ser 2022:

O fim da pandemia: A Ómicron é o princípio do fim da pandemia. Péssima no curto prazo, pode ser libertadora a partir de fevereiro. Por outro lado, a evolução das vacinas e democratização de terapêuticas para casos mais graves farão com que a Covid-19 comece a refugiar-se nos livros de História. O risco: a proliferação do vírus poderá gerar uma variante tão contagiosa como mortífera, embora seja improvável.

PRR: A ‘bazuca’ chegará às economias europeias, com especial impacto em Portugal, Espanha e Itália. Há expectativas muito elevadas – Espanha prevê crescer 7%, o que, a suceder, terá efeitos muito positivos em Portugal, que também beneficiará da época de turismo espetacular. Riscos: os estados podem ser lentos e inábeis a implementar, o BCE pode decidir deixar subir os juros da dívida e a pandemia pode não terminar.

Abrandamento da China: Este ano, enquanto a maioria das economias ressaltava de um 2020 desastroso, a China mostrava sinais de abrandamento. A derrocada das maiores empresas de promoção imobiliária deve implicar, em 2022, uma performance desapontante. Sendo já o “motor” da economia mundial, as implicações globais devem ser tidas em conta. O “risco”: a China pode fomentar o crescimento através da política monetária e despesa pública.

A fraqueza dos Estados Unidos: A administração Biden está com níveis de aprovação muito baixos e as intercalares (nas quais será eleita toda a Câmara dos Representantes e 34 dos 100 senadores) serão já em novembro. A paulatina fraqueza está a ser muito bem interpretada pela China e Rússia, que já não vivem só na sombra do gigante norte-americano. A tensão geoestratégica irá aumentar. Risco: a situação deteriorar-se ainda mais depressa.