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Que tal uma viagem no tempo, aos Loucos Anos 20 em Lisboa?

A capital portuguesa não se furtou às novidades, extravagâncias e transgressões dessa década, e seguiu exemplos estrangeiros vindos através da imprensa, da rádio, da literatura e do cinema. Uma exposição para ver no Museu de Lisboa.
6 Julho 2022, 16h00

Lisboa não é Paris, Berlim ou Nova Iorque. Nunca foi nem será. Nem queremos que seja. Mas não foi por isso que a capital portuguesa não teve o seu momento “Great Gatsby”, transgressor e moderno, como se procura mostrar na exposição patente no Pavilhão Preto do Museu de Lisboa-Palácio Pimenta.

A experiência de Modernidade surge logo na primeira sala, quando somos confrontados com uma pintura de António Soares, na qual uma mulher está sentada numa esplanada a fumar. Logo aí a novidade fala por si: uma mulher sozinha numa esplanada e, ultraje, a fumar. Sinais do tempo que começava a chegar à capital portuguesa, um tempo de liberdade efémera mas grandiosa. Um tempo de cosmopolitismo e de modernidade, de afirmação social e individual.

Como sublinha o texto da folha de sala que acompanha da exposição “Os Loucos Anos 20 em Lisboa”, a cidade viveu esta época à “escala portuguesa” e “acompanhando, a uma certa distância, o sentimento de otimismo, prosperidade e celebração que caracterizou a vivência urbana nas principais capitais europeias, após o fim da I Guerra Mundial”.

Comissariada por Cecília Vaz, Mário Nascimento e Paulo Almeida Fernandes, a exposição oferece uma viagem pela vivência urbana de modernidade da capital, desde a chegada do automóvel às ruas de Lisboa, às mudanças e liberdade de movimentos que a moda trouxe para as mulheres, à festa e euforia que contrastavam com o atraso cultural e conservadorismo lisboetas.

Dos vários pequenos filmes exibidos na exposição, destaque para os excertos de “Lisboa, crónica anedota”, filmado em 1929 por Leitão de Barros e divulgado em 1930, com deliciosos apontamentos do quotidiano, verdadeiras caricaturas da nova forma de estar urbana.

Espreite também as iniciativas paralelas à exposição, que vão desde sessões de cinema ao ar livre, a percursos temáticos e atividades para famílias, passando, claro, por visitas orientadas à exposição, patente no Pavilhão Preto do Museu de Lisboa-Palácio Pimenta até dia 11 de dezembro.

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