Segundo um inquérito realizado aos bancos e publicado esta semana pelo BCE, os pedidos de acesso ao crédito por parte das empresas da zona euro recuaram pela primeira vez em seis anos.

A diminuição da procura de crédito pelas empresas no último trimestre de 2019 parece ter acontecido de forma alargada e uniforme em todos os países da União Económica e Monetária, constituindo uma reação algo inesperada ao corte de taxas de juro decidido em setembro passado. Os bancos consultados pelo BCE acreditam que esta é uma tendência que se deverá manter por mais algum tempo.

De forma mais linear, pode supor-se que o fraco crescimento económico e uma menor confiança no futuro tenham levado a que as empresas optassem por cortar no investimento e no crédito, independentemente do preço do endividamento. Mas fica por saber se não haverá outros fatores a explicar o comportamento das empresas, nomeadamente o papel dos grandes fundos de private equity que estão, em muitos casos, a substituir o endividamento bancário.

Ao contrário do que acontece no segmento empresarial, a procura por crédito hipotecário continua em crescimento, especialmente em Itália, em França e na Alemanha, o que reforça a ideia de que a política monetária do BCE está a ter mais impacto no mercado imobiliário.