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Rajoy enfrenta as 48 horas mais duras à medida que a contagem para a independência catalã se aproxima

Com os títulos e ações espanholas a caírem a pique, o cerco vai-se fechando em torno de Mariano Rajoy. O líder do Governo de Madrid está a ser pressionado a optar entre duas escolhas difíceis: suspender a autonomia da Catalunha ou sentar-se à mesa de negociações com os separatistas.
3 Outubro 2017, 10h13

As eleições de domingo na Catalunha inauguraram uma das crises políticas mais graves em Espanha desde o fim do regime do ditador Francisco Franco. A vitória do ‘sim’ no referendo está a pressionar o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a optar entre duas escolhas difíceis: suspender a autonomia da Catalunha ou sentar-se à mesa de negociações com os separatistas.

Poucos prevêem uma saída fácil para o dilema catalão. Esta segunda-feira, durante o conselho extraordinário do Governo catalão, o presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, avançou que vai avançar com uma declaração unilateral de independência nas próximas 48 horas, apesar de a Justiça espanhola ter levantado sérias dúvidas em relação à legitimidade do referendo.

“O resultado é vinculativo e temos o dever de aplicá-lo”, defendeu Carles Puigdemont. “Não subestimem a força das pessoas da Catalunha, um povo que é pacificamente forte e não precisa de violência para permanecer com razão”.

Com os títulos e ações espanholas a caírem a pique, o cerco vai-se fechando em torno de Mariano Rajoy. O líder do Governo minoritário espanhol está a ser pressionado pelo seu principal aliado no Parlamento espanhol a acionar um artigo nunca antes usado da Constituição de 1978 para retirar o estatuto especial da Catalunha, que lhe confere certos poderes administrativos. Tal permitiria evitar qualquer tentativa de proclamação da independência catalã.

No entanto, Pedro Sanchez, líder do maior partido da oposição, defende que Mariano Rajoy se deveria sentar à mesa de negociações com Carles Puigdemont e chegar a um acordo pacífico com o Governo da Catalunha.

A crise política instalada obrigou na semana passada o Governo espanhol a adiar a apresentação do Orçamento de Estado para 2018, depois de o Partido Nacionalista Basco se negar a analisar o documento antes de a questão catalã estar resolvida.

A União Europeia recusou-se a atender ao pedido do Governo catalão de reconhecer a independência da província espanhola, alegando que esse é um assunto nacional e deve ser “tratado de acordo com a ordem constitucional da Espanha”. O bloco europeu adianta ainda que uma Catalunha independente estará fora de questão.

Para esta terça-feira o Governo catalão convocou uma greve geral, que está a gerar o caos nas principais vias rodoviárias da região. Ao todo mais de 37 estradas catalãs estão intransitáveis e milhares de pessoas estão impedidas de circular de casa para o trabalho.

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