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Rating: Juros da dívida renovam mínimos depois de ‘upgrade’ da Fitch

Apesar da subida do ‘rating’ pela agência de notação financeira já ser esperada, os mercados reagem esta manhã positivamente. Os juros da dívida a 10 anos tocaram os 1,72%.
  • Reinhard Krause/Reuters
18 Dezembro 2017, 09h46

A subida do rating português pela Fitch levou na manhã desta segunda-feira os juros da dívida benchmark a renovar mínimos. Apesar de a decisão de fazer o upgrade da notação em dois escalões, para BBB com outlook estável, anunciada na sexta-feira, já estar a ser incorporada pelos investidores, Portugal está a beneficiar do reforço da confiança.

As yields das obrigações do Tesouro a 10 anos abriram a negociar nos 1,8% no mercado secundário e caíram para um mínimo de 1,72%, o valor mais baixo desde abril de 2015.

Os analistas consultados pelo Jornal Económico partilham da visão que o upgrade pela Fitch vai continuar a levar Portugal a pagar menos juros tanto em mercado secundário como em novas emissões. “Uma melhoria do rating pode ajudar a dar folga por via de uma baixa adicional dos juros a pagar em 2018 (novas emissões de Obrigações do Tesouro e Bilhetes do Tesouro)”, afirmou Filipe Garcia, economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros.

A principal vantagem apontada pelos analistas é que o upgrade pela agência Fitch vai permitir alargar a base de investidores internacionais. Entre os principais fundos de investimento em dívida do mundo, os critérios diferem, mas a tendência é de beneficiar investimentos de baixo risco. Para isso, limitam a compra a títulos de dívida avaliados em grau de investimento pelas agências de rating.

“Se há aproximadamente três meses, a classificação como investimento da dívida por parte da Standard&Poor’s fez regressar Portugal ao radar dos maiores fundos de investimento tanto particulares como soberanos, a atual situação irá aumentar tanto a visibilidade como de facto a inclusão da dívida em muitos desses mesmos fundos”, explicou José Lagarto, head of research da Orey iTrade.

Além da entrada nestes índices alargar o acesso a novos investidores, Lagarto refere que “o tipo de investimento feito poderá sofrer alterações substanciais, com estes novos investidores, na sua grande maioria, a planear investimentos superiores a 10 anos”, o que influencia as dinâmicas de gestão da dívida.

Como os custos de financiamento das empresas e dos bancos estão correlacionados com os custos de financiamento do Estado, a melhoria do rating favorece também as condições de financiamento das empresas portuguesas e da banca.

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