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Reabilitação urbana animou mercado imobiliário residencial em Portugal em 2018

A Área Metropolitana de Lisboa representou 15,5% dos edifícios licenciados em 2018, com um total de 2.069 edifícios (84,2%) destinados a habitação familiar, enquanto que a região Norte contou com um total de 8.580 edifícios, dos quais 23,3% foram direcionados para reabilitação urbana e 70% destinados a construções novas, com a habitação familiar equivalente a 75,4%.
27 Maio 2019, 19h52

O mercado imobiliário residencial em Portugal sofreu um grande impulso por parte da reabilitação urbana.

“De acordo com informação divulgada pelo INE, em 2018 foram vendidas 178.691 habitações no total, das quais 85,2% dizem respeito a habitações usadas. Face ao período homólogo, este resultado observa uma subida de 16,6%. Desta forma, o mercado residencial nacional contabilizou um total de 24,1 mil milhões de euros de transações em 2018, mais 24,4% que no ano anterior. As regiões da Área Metropolitana de Lisboa e região Norte somaram 64,6% do total de transações realizadas em 2018”, destaca um comunicado da Savills.

“Tendo em conta estes números, a reabilitação urbana exerce um peso bastante significativo, bem como a compra para colocação no mercado de arrendamento turístico, que têm sido sem dúvida, os dois fatores mais dinamizadores do mercado residencial”, adianta Alexandra Gomes, Senior Analyst Research Department da Savills Portugal.

Mas mesma responsável alerta que, “contudo, a compra e venda de casas para uso próprio e direcionada para os compradores nacionais mantém-se em níveis modestos e que traduzem uma desadequação da oferta atual ao perfil da procura”.

“A escassez de construção nova pensada de raiz para as famílias portuguesas de rendimento médio é um dos principais desafios que o mercado de promoção residencial enfrenta atualmente”, defende Alexandra Gomes.

Por outro lado, em 2018 foram licenciados um total de 22.062 edifícios em Portugal, sendo que 5.164 destes edifícios são destinados a reabilitação urbana, 16.898 destinados a construções novas e, destes, 11.375 foram destinados a habitação familiar (67,3%).

A Área Metropolitana de Lisboa representou 15,5% dos edifícios licenciados em 2018, com um total de 2.069 edifícios (84,2%) destinados a habitação familiar, enquanto que a região Norte contou com um total de 8.580 edifícios, dos quais 23,3% foram direcionados para reabilitação urbana e 70% destinados a construções novas, com a habitação familiar equivalente a 75,4%.

“Em 2019, o mercado residencial deverá iniciar um caminho de maior estabilização e consolidação dos preços, mais direcionado para o segmento de imóveis residenciais usados. A promoção de projetos direcionados para o segmento ‘prime’ manter-se-á em alta, não sendo ainda expectável um ajustamento de preços visível e que produza efeitos na dinâmica do mercado residencial”, comenta Alexandra Gomes.

Para a Savills, “a introdução de novas formas e regimes habitacionais que refletem novos estilos de vida começam a trazer à luz do dia modelos habitacionais assentes em conceitos de economia partilhada e coabitação”.

“Se em alguns países europeus são conceitos já numa fase de perfeita engrenagem e totalmente integrados no mercado residencial, em Portugal dão-se agora os primeiros passos e começam a surgir investidores internacionais com interesse em apostar no mercado português para a implementação de conceitos de ‘co-living’, sublinha a consultora imobiliária, acrescentado que “o mercado residencial é um dos segmentos mais permeáveis à volatilidade dos fatores socioeconómicos, às mudanças de hábitos e gerações que trazem com elas inevitavelmente mudanças profundas de pensamento”.

“O reavivar do mercado de arrendamento é um exemplo desta mudança, mas também da atual incapacidade financeira das famílias portuguesas conseguirem adquirir casas aos preços de mercado praticados atualmente. O regime de arrendamento continuará, em 2019, a ser uma das opções para uma percentagem muito significativa da população residente em Portugal”, prevê a Savills.

 

 

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