[weglot_switcher]

Reações a Costa: esquerda aplaude e quer mais, oposição avisa sobre défice e riscos

Bloco quer mais combate à precariedade, e PCP avisa de novo sobre constrangimentos europeus. Cristas quer perceber corte do défice e Passos alerta sobre situação internacional.
  • REUTERS/Adriano Machado
26 Dezembro 2016, 12h52

Bloco de Esquerda (BE) e PCP reagiram à mensagem de Natal do primeiro-ministro António Costa e ambos os partidos à esquerda do Governo destacam resultados positivos, mas concordam que é preciso ir mais longe. Como manda a tradição, o primeiro-ministro dirigiu-se ao país na noite de 25 de dezembro, num discurso centrado na educação.

A eurodeputada Marisa Matias reagiu à mensagem em nome do BE e afirmou que os bloquistas ainda não estão satisfeitos. “Foi um ano melhor que os anteriores porque se recuperaram mais 100 mil postos de trabalho, houve reposição de rendimentos. Em relação ao défice, este Governo fez o que o governo de direita não foi capaz de fazer durante quatro anos, mas também é verdade que estando contentes não estamos satisfeitos”.

Marisa Matias falou ainda da precariedade laboral e lembrou que o Governo está empenhado em travar o problema, mas que é necessário passar às ações, mais do que assumir compromissos falados ou escritos.

“Há milhões de trabalhadores neste momento em Portugal que sabem perfeitamente não podem exigir menos do Governo do que o combate à precariedade seja no setor público seja no setor privado. E era também importante restituir a contratação coletiva que praticamente foi desmantelada pelo Governo anterior e é a melhor forma de defender os trabalhadores”, acrescentou a eurodeputada em declarações às televisões.

Jaime Toga, membro da comissão política do PCP, também falou sobre a mensagem de Natal do primeiro-ministro e destacou os “aspetos positivos decorrentes da nova vida da política nacional para os quais o PCP contribuiu e nos quais intervém, mas que são insuficientes e limitados”.

O comunista aproveitou a ocasião para marcar mais uma vez a posição do partido em relação à Europa. “Quer se trate de questões de matéria de saúde, educação, de conhecimento ou de qualquer outra, não será possível resolver os problemas do país sem romper com os constrangimentos externos, sem romper com os constrangimentos da União Europeia e do euro”, afirmou.

À direita, também Assunção Cristas falou sobre as contas do país e da oposição que os populistas fizeram ao Governo. A líder do CDS-PP foi a Belém desejar boas festas ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e afirmou que “é certamente positivo que as contas estejam em ordem, porém é necessário perceber como é que se alcança um défice deste tipo”.

O Governo afirma que vai reduzir o défice público para abaixo de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, dos 4,4% de 2015 que incluíram a injeção no Banif, beneficiando de um crescimento económico de 1,2%, mas também de um corte na despesa corrente da administração pública.

“Foi um ano intenso de trabalho numa oposição firme ao Governo, mas sempre construtiva. Apresentámos um conjunto muito relevante de propostas, sobre temas muito diversos, como a economia, as finanças ou a segurança social”, referiu Cristas, que falou ainda de degradação dos serviços públicos associada a cortes na despesa pública.

A mensagem de Natal de Pedro Passos Coelho ao país foi endereçada logo no sábado. O ex-primeiro ministro afirmou que não alinha em encenações, mas que este é um tempo de tréguas e de recarregar energias. “Não escondemos que temos preocupações e por isso entendemos que um país prevenido se defende melhor perante contingências da situação internacional”, pode ler-se na mensagem de Natal do líder do PSD.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.