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Cientistas recomendam testes à chegada ao Reino Unido para diminuir tempo de quarentena

Estudos britânicos revelam que apesar de a quarentena não ser dispensável, a introdução de testes poderá ajudar a reduzir o período de isolamento de 14 para sete dias.
  • Aeroporto de Heathrow, Londres
18 Agosto 2020, 08h00

As pessoas que chegam ao Reino Unido deviam ser testadas à chegada para reduzir o tempo de quarentena, apontaram estudos da Public Health England (PHE) e da Universidade de Londres, avançou o “The Guardian” esta segunda-feira, 17 agosto.

Os estudos surgem na sequência da decisão do Reino Unido de incluir mais seis países na lista de destinos que obrigam os turistas a cumprir um período de quarentena à chegada ao país, uma medida que fez com que muitos britânicos que estavam de férias em França tenham sido forçados a fazer uma corrida frenética de volta ao Reino Unido antes das 4h00 da manhã do passado sábado para evitar o período de isolamento de 14 dias.

Apesar da decisão do governo de Boris Johnson, um estudo divulgado na semana passada pela Public Health England demonstrou que testar os turistas à chegada ao Reino Unido, seguido de uma quarentena de sete dias, evitaria que 85% dos turistas assintomáticos infetados ou em fase incubação de doenças introduzissem infeções no Reino Unido.

“Há várias razões para isto, o período de isolamento por si só garantirá que uma proporção das pessoas infetadas passe pela doença e deixem de infetar e o regime de testes adiciona salvaguardas para a deteção de infeções assintomáticas e prolongadas”, sublinhou um porta-voz do PHE ao “The Guardian”.

Já o estudo realizado pela Universidade de Londres descobriu que a realização de testes nos sete dias seguintes à chegada ao Reino Unido conjugado com um período de quarentena de oito dias poderia reduzir o número de pessoas infetadas que regressam à comunidade em 94%.

“É relativamente seguro reduzir os períodos de quarentena se forem combinados com um teste antes da libertação”, referiu ao “The Guardian” o professor John Edmund, um dos responsáveis pelo estudo da Universidade de Londres. “Porém, o período de quarentena ainda precisa de ser de sete dias ou mais e o teste deve ser feito no final desse período. O teste no aeroporto é bastante ineficaz”, explicou John Edmund.

Por sua vez, o doutor Michael Head, cientista da Universidade de Southampton, considerou que estava na “hora de os legisladores considerarem tais regimes de teste”. “Não podemos realmente evitar colocar em quarentena as pessoas que estão a voltar de zonas de alto risco, acho que um período de quarentena é necessário e essencial”, frisou Michael Head.

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