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Receita do adicional ao IMI pode ser diminuta e não afasta investidores estrangeiros

Luís Lima, presidente da APEMIP, revela que a receita do adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis – IMI deverá ser diminuta e se, “não houver mais asneiras”, os investidores estrangeiros vão continuar a apostar em todo o país.
26 Dezembro 2016, 13h05

O presidente da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, afirmou à agência Lusa, que “se o Estado não fizer mais asneiras, o investimento estrangeiro vai chegar a cidades como Coimbra, Viseu, Braga, que já está a chegar, ou Aveiro e Guimarães”, acrescentou ainda o responsável, referindo os casos dos investidores brasileiros que estão a comprar sobretudo na zona Norte “pela relação com a afinidade da origem dos pais ou dos avós”.

Luís Lima notou ainda que a construção junto de cidades mais pequenas até 2001, destinada ao “crédito de 100%”, continua a ser um problema, enquanto nos centros de Lisboa ou Porto “não há ativos” suficientes para a procura.

“Em algumas zonas de Lisboa e do Porto os preços estão acima do que é razoável”, admitiu, reafirmando ser bom que exista construção em algumas zonas onde a reabilitação não chega e porque os portugueses “precisam de um ativo de preço inferior” ao que os estrangeiros estão dispostos a pagar.

Uma verdadeira política da habitação

Também Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas – AICCOPN e da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário – CPCI , comentou à Lusa que o setor do imobiliário tem de ser “encarado enquanto vector essencial para a dinamização da economia e do emprego, e não como inesgotável fonte de receitas”.

Reis Campos acrescentou ainda esperar que haja uma “verdadeira política da habitação, correspondendo a uma visão global e integrada”.

O presidente da CPCI indicou que o interesse dos investidores e a dinâmica do turismo nos centros históricos de Lisboa e do Porto estão a “impulsionar um movimento de reabilitação” e a “alterar um cenário de estagnação e abandono que se arrastava incompreensivelmente há décadas”.

Mas “este ciclo de investimento ainda está longe de ganhar o dinamismo de que o país precisa”, esclareceu.

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