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Receitas da Walt Disney descem 23%

Apesar das quebras verificadas, a empresa observou um rápido crescimento no serviço de streaming e uma ligeira recuperação nos parques temáticos, que estiveram encerrados durante grande parte do ano.
  • Benoit Tessier/REUTERS
13 Novembro 2020, 11h36

A Walt Disney viu as receitas caírem 23% no quarto trimestre, para 14,71 mil milhões de dólares (12,5 mil milhões de euros), mostrando que a pandemia de Covid-19 afetou o negócio, revela a “Reuters” após a divulgação dos resultados da empresa relativamente ao quarto trimestre e ao ano fiscal, terminado em outubro.

No entanto, e apesar das quebras verificadas, a empresa observou um rápido crescimento no serviço de streaming e uma ligeira recuperação nos parques temáticos, que estiveram encerrados durante grande parte do ano. O crescimento do Disney+ e a recuperação dos parques deram esperança aos investidores de que a situação irá melhorar nos próximos tempos.

Após a apresentação dos resultados trimestrais, as ações da empresa valorizaram 5,6% para 143,12 dólares (121 euros) no mercado after-hours. Os analistas previam uma quebra de receitas para os 14,2 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros), sendo que o valor ficou aquém.

Enquanto Wall Street previa uma drástica perda de 70 cêntimos por cada ação da Disney, mas a empresa revelou um prejuízo mais controlado, de 20 cêntimos por ação, devido ao controlo das receitas.

O CEO da empresa, Bob Chapek, admitiu que a empresa vai “continuar a aumentar o investimento”, depois de conquistar mais de 73,7 milhões de subscritores na plataforma Disney+ em apenas um ano, enquanto compete com a gigante Netflix. Ainda assim, devido à pandemia da Covid-19, o streaming perdeu 580 milhões de dólares (490,4 milhões de euros), abaixo dos mil milhões de dólares que os analistas previam.

Para combater as perdas no negócio dos filmes e séries, a empresa revelou que já está a planear os lançamentos até janeiro. Ainda este mês, a Disney vai lançar um filme “Star Wars” mas em versão Lego, enquanto o filme “Soul” vai sair em dezembro e a série “WandaVision” da Marvel vai sair a 15 de janeiro na plataforma.

Cruzeiros e novos lançamentos no cinema entre os mais prejudicados

O encerramento dos cinemas em todo o mundo fez com que a Disney adiasse as dezenas de filmes que tinha disponíveis para lançar já em 2020, optando por divulgar algumas criações na plataforma Disney+ para evitar perdas mais acentuadas neste ano atípico.

Só este ano, o lucro dos estúdios cinematográficos caíram 61% para 419 milhões de dólares (354,4 milhões de euros). Até agora, a Disney adiou o lançamento de “Viúva Negra” do universo Marvel para maio do próximo ano, a adaptação do filme “West Side Story” por Steven Spielberg para dezembro de 2021 e o lançamento da série “Eternals”, também da Marvel, para novembro de 2021.

De forma a combater as perdas da Disney+, a empresa admitiu que vai abdicar os dividendos semestrais da segunda metade de 2020 para financiar a plataforma de streaming e futuros lançamentos.

Os parques temáticos por todo o mundo também foram obrigados a encerrar portas, com a empresa do Mickey a estimar uma redução do lucro em 2,4 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros). Atualmente, os parques já se encontram abertos e não revelam planos para encerrar portas novamente, apesar do aumento de infeções que se tem verificado nos Estados Unidos e na Europa.

“Mesmo com a interrupção causada pela Covid-19, temos sido capazes de gerir os nossos negócios de forma eficaz enquanto tomamos medidas ousadas e deliberadas para posicionar a nossa empresa para um maior crescimento a longo prazo”, revelou o CEO.

Para o segundo trimestre de 2021 e para todo o ano fiscal de 2022, a Disney tem observado uma grande procura para as viagens nos seus cruzeiros, com os consumidores a terem esperança que as vacinas contra o vírus já estejam disponíveis até essa altura.

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