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Recessão nos EUA “não é inevitável”, defende secretária do Tesouro e antiga presidente da Fed

“Não penso que uma recessão seja inevitável”, disse Janet Yellen à televisão ABC News, citada pela agência France-Presse, admitindo, porém, que espera que “a economia desacelere” no quadro de uma transição para um “crescimento lento e estável”.
19 Junho 2022, 15h01

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, também antiga presidente da Reserva Federal (Fed), disse hoje que uma recessão no país não é “inevitável”, depois da histórica subida das taxas de juro na quarta-feira.

“Não penso que uma recessão seja inevitável”, disse Janet Yellen à televisão ABC News, citada pela agência France-Presse, admitindo, porém, que espera que “a economia desacelere” no quadro de uma transição para um “crescimento lento e estável”.

A hipótese de uma recessão nos Estados Unidos ganha força após a decisão da Fed de subir acentuadamente as suas taxas diretoras, de forma a conter a inflação galopante.

A Reserva Federal norte-americana decidiu na quarta-feira subir a sua taxa de juro de referência em 75 pontos base, o terceiro aumento desde março e o maior desde 1994.

A decisão de aumentar a taxa de juro para um intervalo de entre 1,50% e 1,75% foi anunciada em comunicado após uma reunião de dois dias do comité de política monetária do banco central norte-americano.

“O presidente [da Fed, Jerome] Powell declarou que o seu objetivo era o de reduzir a inflação mantendo um mercado de trabalho forte. Será preciso talento e sorte, mas creio que é possível”, disse hoje Janet Yellen, qualificando o nível de inflação de “inaceitável”.

A responsável do Governo norte-americano sublinhou ainda, sobre a inflação, que “é a prioridade do Presidente [Joe] Biden reduzi-la”.

A economia dos EUA já desacelerou com uma contração de 1,5% no PIB no primeiro trimestre, e o início do segundo trimestre parece mostrar que a desaceleração continua em alguns setores, como indústria transformadora, imobiliário e vendas a retalho.

Um inquérito do instituto Conference Board revelou recentemente que 76% dos 750 patrões questionados consideravam que uma recessão estava a surgir no horizonte ou que já estava em vigor.

No entanto, a secretária do Tesouro vê motivos para esperar que uma recessão não se concretize, especialmente porque os gastos do consumidor continuam “muito fortes”.

“É claro que a maioria dos consumidores – mesmo as famílias de baixos rendimentos – continuam a ter economias que podem atuar como um amortecedor e permitir que continuem a gastar”, disse Janet Yellen à ABC News.

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