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Redução temporária do IVA permitiria manter 46 mil postos de trabalho no setor da restauração

De acordo com o estudo encomendado pela AHRESP à PwC, a redução da taxa do IVA permitira reter 606 milhões de euros na tesouraria das empresas, sustendo a perda de até 10 mil empresas do setor da alimentação e bebidas.
16 Outubro 2020, 11h05

A redução temporária do IVA permitiria a manutenção de 46 mil postos de trabalho no setor da restauração em Portugal, conclui um estudo encomendado pela AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal à consultora PriceWaterhouseCoopers (PwC).

O “Estudo do Impacto da redução temporária da taxa do IVA no setor da Restauração e Similares”, analisa o impacto da aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas em Portugal e conclui que a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA a todo o serviço deste segmento de atividade ajudaria a manter até 46 mil postos de trabalho e a contribuir para a sobrevivência das nossas empresas.

“No momento em que se discute a proposta de Orçamento de Estado para 2021, que não vem resolver a asfixia económica e a profunda instabilidade que ao longo dos últimos meses tem atingido impiedosamente as empresas de restauração e bebidas e do alojamento turístico, a AHRESP apresenta publicamente um estudo sobre o impacto que a aplicação temporária da taxa reduzida do IVA nos serviços de alimentação e bebidas teria nestes setores, da maior importância na economia e turismo nacionais”, salienta a AHRESP, em comunicado.

Os responsáveis da AHRESP consideram que “a pandemia Covid-19 veio impactar drasticamente toda a economia mundial, particularmente as atividades da restauração e bebidas e do alojamento turístico, e Portugal não foi exceção”.

“Desde março que os nossos setores têm vindo a registar perdas consecutivas e, no mais recente inquérito mensal da AHRESP, reportado a setembro de 2020, 40% das empresas da restauração já despediram desde o início da pandemia e 18% assumem que não vão conseguir manter a totalidade dos postos de trabalho até ao final de 2020. Perante as perdas de faturação acima de 40%, registadas por mais de 63% das empresas, 32% dos agentes económicos demonstraram intenção de insolvência”, resume o referido comunicado.

Daí que os responsáveis da AHRESP insistam, “perante este cenário de grave crise financeira nos setores da restauração e bebidas e do alojamento turístico, e como medida de apoio indireto à tesouraria das empresas, na “aplicação temporária, pelo período de um ano, da taxa reduzida de IVA a todo o serviço de alimentação e bebidas”.

De acordo com o estudo da PwC, a redução da taxa do IVA permitira reter 606 milhões de euros na tesouraria das empresas, sustendo a perda de até 46 mil postos de trabalho e 10 mil empresas.

“Este investimento do Estado seria compensado em cerca de 516 milhões de euros, por via de receita de IRS, TSU e redução de despesa com subsídio de desemprego. Ou seja, o esforço público financeiro líquido indicativo, não ascenderia a mais de 90 milhões de euros, para permitir a manutenção de mais de 17% do emprego do setor”, defende a AHRESP.

No mesmo estudo é ainda feito um levantamento sobre os países que já optaram pela redução do IVA, como é o caso de Alemanha e Inglaterra, mas também de países como a Bélgica, a Grécia, Chipre, Bulgária e Lituânia.

“Entre as medidas que a AHRESP considera essenciais para a manutenção dos mais de 267 mil postos de trabalho da responsabilidade das empresas de restauração e bebidas estão, além da descida temporária do IVA, a atribuição de incentivos não reembolsáveis (ao invés de empréstimos bancários), uma verdadeira campanha de dinamização do consumo, a isenção de impostos e contribuições sociais, a isenção das rendas, e ainda, o urgente e específico apoio às atividades de animação noturna, encerradas há oito meses por imposição legal”, avança o comunicado da AHRESP.

Para apresentar o estudo e em sequência da proposta de Orçamento de Estado para 2021, a AHRESP irá solicitar, com caráter de urgência, reuniões ao Governo e a todos os grupos parlamentares, “para que, em sede de especialidade, se possam aplicar as medidas estruturantes para a sobrevivência dos negócios e a manutenção de milhares de postos de trabalho”.

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