[weglot_switcher]

Reduzir ministérios e taxar exportações: a austeridade argentina para controlar desvalorização da moeda

As novas medidas de austeridade têm como objetivo travar a crise financeira, que ameaça o país e que tem sido acentuada pela subida das taxas de juro nos Estados Unidos e pela desvalorização da lira turca.
  • Argentina
4 Setembro 2018, 09h25

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou esta segunda-feira um pacote de medidas de conter o déficit e recuperar a confiança dos mercados. As novas medidas de austeridade têm como objetivo travar a crise financeira, que ameaça o país e que tem sido acentuada pela subida das taxas de juro nos Estados Unidos e pela desvalorização da lira turca.

“Temos que fazer todos os esforços para equilibrar as contas do Estado, vamos pedir àqueles que têm mais capacidade de contribuir, àqueles que exportam, que sua contribuição seja maior”, afirmou afirmou Mauricio Macri. “Sabemos que é um mau imposto, muito mau, mas tenho de pedir-lhes que percebam que é uma emergência”, acrescentou.

Entre as medidas que Mauricio Macri vai aprovar estão uma redução no número de ministérios para menos de metade dos atuais e serão cobrados novos impostos sobre as exportações. O pacote de medida surge numa altura em que o peso argentino acumula uma desvalorização de 98% face ao dólar norte-americano, desde o início do ano.

“Devemos enfrentar um problema de base: não gastar mais do que o que temos, fazer esforços para equilibrar as contas do Estado”, declarou ainda Mauricio Macri, na mensagem televisiva dirigida ao país.

A decisão da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) de aumentar as taxas de juro atingiu grande parte da América Latina e dos países emergentes. Na Argentina, a medida deu início a uma queda livre que fez o peso cair 21,6% em apenas duas semanas. Desde então, a desvalorização não tem dado tréguas e o banco central argentino decidiu esta semana subir a taxa de juro de referência de 45% para 60%.

Para devolver a confiança dos mercados, a Argentina chegou a acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em junho, para um empréstimo de 50 mil milhões de dólares, tendo já recebido 15 mil milhões. No entanto, a desvalorização da lira e a subida das taxas de juros nos Estados Unidos têm neutralizado os efeitos deste empréstimo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.