[weglot_switcher]

Refinaria da Galp em Sines é a maior poluidora nacional (com áudio)

O top 10 das maiores poluidoras nacionais é dominado pelo sector da refinação de petróleo, a produção de eletricidade a partir da queima de gás natural, sector cimenteiro e o transporte aéreo.
  • Estela Silva/Lusa
7 Junho 2023, 09h26

A refinaria de Sines da Galp é a maior poluidora nacional pelo segundo ano consecutivo, registando as maiores emissões de dióxido de carbono, principal gás de efeito de estufa. As emissões da refinaria subiram 16% entre 2021 e 2022 para um total de 2,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono, atingindo 5% do total de do total de emissões no país.

Os dados foram hoje revelados pela Associação Zero a partir da informação disponível no registo de emissões no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE).

A associação ambientalista destaca que o crescimento das emissões “refletem, em parte, a absorção pela refinaria de Sines da produção encerrada na refinaria de Matosinhos, que já não esteve em operação em 2022”.

O top 10 das maiores poluidoras nacionais é dominado pelo sector da refinação de petróleo, a produção de eletricidade a partir da queima de gás natural, sector cimenteiro e o transporte aéreo. Resumindo, as emissões poluentes das 10 maiores poluidoras subiram 18% para 12,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

“O valor atingido pelo sector da refinação mostra um peso muito significativo dos combustíveis fósseis na nossa economia e emissões poluentes; a Galp continua a ser uma empresa virada para a exploração e produção de combustíveis fósseis com mais do dobro do seu investimento a eles dedicado por comparação com investimento em renováveis – de acordo com o relatório integrado de gestão de 2022, 66% (51% no denominado segmento upstream e 15% no industrial e midstream), por comparação com 32% para o segmento renováveis e novos negócios”, acrescenta.

A segunda posição é ocupada pela Elecgás – central de ciclo combinado do Pego, cujas emissões dispararam 48% para 1,7 milhões de toneladas de CO2.

Depois, a Turbogás – Central de Ciclo Combinado da Tapada do Outeiro que manteve as suas emissões estáveis nos 1,4 milhões, e a central termoelétrica do Ribatejo da EDP (+51% para 1,1 milhões de toneladas). Outra central a gás da EDP surge na nona posição, Lares (+13% para 720 mil toneladas).

A quinta posição é ocupada pela fábrica da Cimpor em Alhandra (+28% para 1,1 milhões de toneladas), a mesma empresa que surge na sétima posição (-1% de emissões para 830 mil toneladas) na fábrica de Souselas.

A TAP surge na sexta posição, tendo subido cinco posições desde 2021, com mais 91% de emissões para um milhão de toneladas, o que demonstra a recuperação da sua atividade após a rutura no transporte aéreo durante a pandemia.

A última posição é ocupada pela fábrica química da Repsol em Sines que produz polímeros, ou plásticos. Esta fábrica desceu duas posições, com menos 22% de emissões para 590 mil toneladas.

A Zero destaca a “dominância das centrais a gás natural fóssil na sequência do fim do uso do carvão na produção de eletricidade em 2022 com a saída da Central Térmica a carvão do Pego”.

“No caso das centrais térmicas utilizando combustíveis fósseis, todas as licenças de emissão têm de ser adquiridas (compradas em leilão), enquanto noutros sectores uma grande parte das licenças é oferecida gratuitamente e a restante tem de ser adquirida. As empresas de transporte aéreo sediadas em Portugal são também contabilizadas, sendo consideradas apenas as emissões de voos entre aeroportos na União Europeia e Suíça. Nos últimos meses, o custo da tonelada de dióxido de carbono tem estado acima dos 80 Euros por tonelada no mercado europeu”, segundo a Zero.

A associação sinaliza que “entre 2021 e 2022, as mudanças mais relevantes prende-se com o aumento significativo das emissões de algumas centrais térmicas a gás natural fóssil para produção de eletricidade e das associadas ao transporte aéreo (associadas à TAP), a par de um aumento na refinação de combustíveis fósseis”.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.