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Reforçados meios aéreos e marítimos para a ilha de São Jorge devido a crise sísmica

A atividade sísmica que se regista desde a tarde de sábado na ilha de São Jorge “continua acima do normal”, tendo sido “sentidos 20 sismos” desde a noite de terça-feira e até quarta-feira de manhã.
  • São Jorge, Açores
24 Março 2022, 08h02

O presidente da Câmara Municipal das Velas, em São Jorge, confirmou que foram mobilizados mais meios aéreos para a eventualidade de serem necessários devido à crise sísmica na ilha, além de um navio.

Em conferência de imprensa realizada no concelho das Velas, Luís Silveira referiu que, caso serem necessários, estão “mais um helicóptero e um avião estacionados na Base das Lajes”, além do “navio que está a chegar à ilha de São Jorge”.

Está também a ser preparado um campo militar, que ficará localizado no concelho da Calheta, para o caso de ser necessário.

“Já está a ser preparado o espaço onde vão estacionar as forças militares”, disse o autarca, adiantando que o espaço ficará “dotado das condições necessárias, tais como água e energia, numa coordenação dos serviços municipais da Câmara Municipal da Calheta”.

“O plano que está definido é que as pessoas sejam colocadas todas na zona da Relvinha, Ribeira Seca, sendo que o centro de Saúde da Calheta será o de referência”, declarou Luís Silveira.

O presidente da Câmara Municipal das Velas adiantou também que será na Calheta que “vai ser feita a triagem das pessoas a alojar, a realojar e, eventualmente, a levar para fora da ilha, se chegar-se a esta dimensão”.

O autarca identificou como a “área mais crítica a zona entre as Velas e os Terreiros, onde residem três mil pessoas”, sendo que o concelho tem cinco mil habitantes.

“A parte norte será menos ou não será afetada, sendo o corredor privilegiado para as pessoas serem deslocadas para o concelho da Calheta”, referiu o autarca.

Luís Silveira afirmou igualmente que está definido que as pessoas vão ser avisadas em caso de evacuação das localidades pelas redes sociais dos serviços municipais de Proteção Civil e pela rádio local e, em caso de falta de comunicação, com o replicar dos sinos nas freguesias.

A atividade sísmica que se regista desde a tarde de sábado na ilha de São Jorge “continua acima do normal”, tendo sido “sentidos 20 sismos” desde a noite de terça-feira e até quarta-feira de manhã.

No seu mais recente comunicado sismológico, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores adianta, citando o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), que a atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 hora local (mais uma hora em Lisboa) de sábado na parte central da ilha de São Jorge, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, “continua acima do normal”.

No mesmo comunicado é referido que “vários sismos têm sido sentidos pela população”.

“Desde as 22:00 do dia 22 de março até às 10:00 [hora local] de dia 23 de março foram sentidos 20 sismos”, lê-se no comunicado.

Segundo a informação disponibilizada, estes eventos tiveram magnitude que variou entre 1,6 e 2,7 na escala de Richter e foram sentidos com a intensidade máxima de III/IV (Escala de Mercalli Modificada).

Na terça-feira, o secretário regional da Saúde revelou que o Governo Regional dos Açores está a preparar cenários de retirada de pessoas da ilha de São Jorge, caso a crise sísmica se agrave.

“Estamos a cuidar deste problema em permanência com os melhores técnicos para, no caso de ser necessário, termos a resposta preparada para intervir. Esta resposta tem uma natureza ao nível de necessidade de evacuações e de cuidados de saúde e tudo isto está a ser preparado para, na nossa esperança, não ser necessário”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na Terceira.

Segundo Clélio Meneses, que tutela também a Proteção Civil, os utentes internados no Centro de Saúde das Velas, que está mais próximo dos epicentros dos sismos, serão deslocados para o Centro de Saúde da Calheta, na outra ponta da ilha de São Jorge, “no sentido de precaver qualquer situação que torne mais difícil a movimentação, a mobilidade e alguma evacuação”.

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