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“Regresso aos fundamentos da banca implica análise de risco”, diz partner da PwC

O ‘partner’ da PwC refere que, nos últimos anos, se assistiu uma espécie de refinamento concetual do crédito malparado. “Os bancos estão focados em ajustar processos de escolha de dados, em analisar estimativas de impacto e na revisão de políticas”, disse, no Fórum Banca 2018, promovido pela consultora e pelo Jornal Económico.
  • Cristina Bernardo
29 Novembro 2018, 11h00

Luís Filipe Barbosa considera que os recursos humanos que canalizam crédito aos clientes devem ter mais competências de análise financeira, perceber as vulnerabilidades e a legislação aplicável e conhecer bem as condições contratuais.

“O regresso aos fundamentos da banca tem a ver com o imperativo para a rentabilidade: como é que analiso o meu risco?”, afirmou o partner da PwC no Fórum Banca 2018, promovido em conjunto pelo Jornal Económico e pela consultora.

“No período pré-crise internacional, os resultados gerados na banca foram impulsionados por um crescimento acelerado do volume de crédito concedido. Com a emergência da crise, o panorama mudou radicalmente e uma nova preocupação emergiu: o crédito malparado”, lembrou.

Segundo o responsável da área de consultoria de Financial Services Risk & Regulation da PwC Portugal, houve “uma espécie de refinamento conceitual do crédito malparado” (entre 2011 e 2018), uma redefinição da abordagem destes ativos que, conforme frisou o partner, não são sinónimo de rentabilidade.

Na sua opinião, é crucial que um analista de risco transmita também uma opinião de crédito. Isto porque, embora a banca esteja a reforçar o seu posicionamento no mercado de crédito à habitação, “o financiamento às empresas continuará a constituir uma fatia muito relevante da carteira de empréstimos dos bancos”, salienta.

Olhando para o presente, o sócio da consultora confessou que vê as entidades bancárias nacionais centradas na redefinição do seu modelo organizativo, mas salienta que, sobretudo a longo prazo, é importante “saber quem é mais competente, saber quem é que vai transmitir uma visão holística das imparidades aos clientes”. Na sua intervenção, Luís Filipe Barbosa realçou a redução do crédito concedido em 30% lançou ainda questões para a audiência: “a banca vai ficar só focada nos NPEs (Non Performing Exposure)? Vai esperar pelos guidelines do supervisor?”

“Os bancos estão apostados em ajustar processos de escolha de dados, em analisar estimativas de impacto e na revisão de políticas. Hoje em dia os bancos têm de ter um sem número de políticas: quer associadas à forma como fazem reestruturação quer ao outsourcing… São políticas que espelham todo o seu framework de abordagem aos NPEs”, disse, no evento que decorre ao longo desta manhã no Pestana Palace, em Lisboa.

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