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Regulação bancária: Berlim e Paris de costas voltadas

Alemanha e França mostram discrepâncias sobre a reforma prevista para a regulação bancária. Berlim receia que as propostas não sejam suficientes para proteger os contribuintes pelo custo das crises bancárias.
28 Novembro 2016, 06h03

A Alemanha está inquieta devido ao pacote de reformas revelado pela Comissão Europeia esta semana, sobretudo pela proposta de que a Europa aplique um standard internacional para abordar as quebras de grandes brancos.

As autoridades alemãs temem que determinados aspetos das reformas limitem excessivamente os supervisores bancários e querem manter a liberdade destes reguladores para exigir “almofadas” financeiras acima dos níveis mínimos acordados à escala internacional.

A disputa vai aprofundar uma difusão já palpável entre os governos nacionais sobre o rumo da designada união bancária europeia, um projeto de integração ambicioso mas inconclusivo acordado em plena crise da dívida da zona euro.

Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças alemão, acredita que deveriam ser dados mais passos para construir a união bancária uma vez que a Europa acordou um rígido regime de medidas para reduzir o risco dos seus bancos. No entanto, Berlim considera insuficiente o pacote de Bruxelas em pontos-chave.

A postura de Berlim sobre a norma, conhecida como capacidade total de absorsão de perdas, o TLAC (sigla em inglês para “Total loss-absorbing capacity”) choca com das posições de Paris e Roma que pressionaram para evitar que os grupos financeiros europeus cheguem a uma situação de desvantangem competitiva.

Nas propostas apresentadas na semana passada, Valdis Dombrovskis, o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela política financeira, assinalou que as autoridades deveriam ser capazes de impor normas mais severas apenas se pudessem demonstrar que os requisitos adicionais estão “justificados e são necessários e proporcionados”.

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