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Reino Unido admite que medidas mais restritivas contra a covid-19 podem durar algum tempo

O ministro da Saúde do Reino Unido afirmou que quanto “mais rápido esta nova variante do coronavírus se espalhar, mais difícil será manter as coisas sob controlo”, e sublinhou a importância da vacinação contra o covid-19.
20 Dezembro 2020, 10h45

O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, admitiu que as novas restrições contra o covid-19, anunciadas pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, podem durar durante algum tempo. O governante sublinhou que a emergência de uma nova variante do coronavírus no país, que será mais contagiosa, “é muito difícil de controlar”.

Em declarações à Sky News, e citado pela Reuters, o governante disse que é preciso ter a “situação sob controlo”. “Temos um longo caminho a percorrer para atingir isso”, salientando a importância da vacina para manter as pessoas seguras.

O governante voltou a reafirmar que quanto “mais rápido esta nova variante do coronavírus se espalhar, mais difícil será manter as coisas sob controlo”, voltando a sublinhar a importância da vacinação contra o covid-19.

No passado sábado o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tinha admitido que a nova variante de covid-19, que foi detetada no Reino Unido “pode ser 70% mais contagiosa”. Contudo o governante referiu que “ainda há muito que não se sabe”, pois “não há provas que sugiram que é mais letal”, “nem que a vacina seja menos eficaz contra esta variante”.

Esta maior contagiosidade desta nova variante do coronavírus levou a que Boris Johnson anunciasse novas restrições na região de londres e sudeste de Inglaterra.

A nova variante foi inicialmente identificada a meio de setembro e novamente confirmada a meio de novembro, em Kent, tendo alastrado a 28% dos casos confirmados em Londres e no sudeste de Inglaterra. Na semana de 9 de dezembro, já havia mais de 60% dos casos de Covid-19 com esta nova variante, que rapidamente parece estar a assumir a variante dominante nos contágios confirmados em Inglaterra, referiu Patrick Vallance, o principal conselheiro do Governo britânico para a Covid-19.

Por isso foram anunciadas novas restrições para Londres e outras zonas do Reino Unido pelo primeiro-ministro Boris Johnson que vão entrar em vigor a partir de domingo, dia 20 de dezembro, e deverão manter-se pelo menos até 30 de dezembro e eventualmente também durante a passagem do ano. Os habitantes de Londres terão de permanecer confinados em casa e os estabelecimentos comerciais não essenciais terão de fechar.

Nova variante do coronavírus não deve afetar eficácia da vacina

A nova variante do coronavírus responsável pela covid-19 detetada no sudeste do Reino Unido mesmo sendo mais facilmente transmissível não deverá diminuir a eficácia da vacina, disse à Lusa Constantino Sakellarides, especialista em saúde pública.

“Pelo que se sabe, não é provável que afete a eficácia da vacina, desde que não interfira com o antigénio que está na coroa, o antigénio que estimula a reação imunitária”, disse o antigo diretor da Direção-Geral da Saúde e atual membro do Conselho Nacional de Saúde Pública.

“Tudo isto é sob reserva, porque a informação que temos é escassa, mas desde que não haja interferência com esse antigénio, não há razão para pensar que a vacina não servirá na mesma para esta nova variante”, disse Constantino Sakellarides.

O professor catedrático da Escola Nacional de Saúde Pública defende que “há que saber mais sobre como vai evoluir” esta variante.

“Estas são as primeiras observações que existem, mas temos de saber mais para poder estimar a extensão das implicações que vai ter no controlo da pandemia”, afirmou.

Por enquanto, continua a ser necessário “defender-nos a todo o custo enquanto a vacina não atingir uma parte substancial da população”.

“As medidas de defesa contra esta variante são do mesmo tipo das que foram adotadas até agora. Simplesmente, caso se verifique a expansão desta nova variante rapidamente, quando ela aparecer, uma vez que a transmissão é mais fácil, os cuidados têm de ser redobrados enquanto não se chega ao patamar da imunidade de grupo que a vacina vai proporcionar”, conclui Constantino Sakellarides.

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