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Relatório das secretas indica que extrema-direita regressou em força a Portugal

À semelhança de outros países europeus, a fração radical tem endurecido o seu discurso com a fenómeno migratório a a crise dos refugiados.
  • Balint Porneczi/Bloomberg
29 Março 2018, 09h07

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), apresentado esta quarta-feira pelo Conselho Superior de Segurança Interna (CSSI), indica que os movimentos ligados à extrema-direita regressaram em força a Portugal, no ano passado. À semelhança de outros países europeus, a fração radical tem endurecido o seu discurso com a fenómeno migratório a a crise dos refugiados, avança o jornal “Diário de Notícias”.

O relatório das secretas surge poucos dias depois dos incidentes que envolveram dois grupos de motards, um deles liderado pelo ex-líder skinhead Mário Machado, o Los Bandidos. O motards Hell Angels, históricos rivais de Los Bandidos, invadiram no passado sábado à tarde o restaurante “Brasa do Prior”, em Loures, munidos de facas, paus e barras de ferro, e começaram a atacar o grupo rival.

Os espiões do SIS indicam que a extrema-direita intensificou os contactos internacionais e os “extremistas desenvolveram um esforço de convergência dos seus diferentes setores (identitários, nacional-socialistas, skinheads), no sentido de promoverem, no plano político e metapolítico, os seus objetivos”. Segundo as secretas, os radicais de direita continuam a lutar pela “reconquista da Europa pelos europeus”.

“A violência permaneceu como um traço marcante da militância de extrema-direita, havendo registo de alguns incidentes, nomeadamente agressões a militantes antifascistas”, lê-se no relatório. “No seio do movimento skinhead neonazi, alguns militantes continuaram envolvidos em atividades criminosas extra militância”.

O RASI dá conta de que a criminalidade violenta caiu 8,7%, em comparação com o ano anterior, representando atualmente apenas 4,4% dos crimes totais registados pelas autoridades.

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