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Rendas comerciais: CDS critica Governo por criar mais endividamento

Admitindo terem sido pedidos 713 empréstimos no apoio ao arrendamento, o deputado do CDS esclareceu que este número não significa “o sucesso de uma política mas que algo na proposta não está a funcionar”. 
18 Dezembro 2020, 13h03

O deputado João Gonçalves Pereira, do CDS, afirmou que as medidas propostas pelo Governo no projeto de lei apresentado esta sexta-feira na Assembleia da República pretendem criar mais endividamento para as famílias e empresas, uma vez que, criticam os centristas, só agora surgiram os apoios a fundo perdido no pagamento das rendas.

João Gonçalves Pereira criticou o Governo por continuar a propor o alargamento do período de suspensão dos efeitos de cessação dos contratos de arrendamento, dando “continuidade àquela que tem sido uma política de resposta nos últimos 10 meses de pandemia”. “Só agora é que apareceram os apoios a fundo perdido, naquilo que é o apoio ao pagamento de rendas. tirando isso, o Governo anuncia mais linhas de crédito, mais endividamento seja para as famílias ou para as empresas”, disse o deputado do CDS.

Admitindo terem sido solicitados 713 empréstimos no apoio ao arrendamento, o deputado esclareceu que este número não significa “o sucesso de uma política mas que algo na proposta não está a funcionar”.

“O mundo parou e muitos portugueses viram-se obrigados a parar. Os compromissos e as suas obrigações não pararam e foram-se acumulando e no próximo ano virá a fatura, tanto para famílias como empresas”, disse sustentou João Gonçalves Pereira. O deputado do CDS diz que com as exigências feitas aos senhorios durante o longo período temporal, agora “é o tempo do Estado dar as respostas concretas. Os senhorios já fizeram o seu contributo. É o momento do Estado suportar a fatura social”.

Já a bancada do PSD acusou o Governo de não apoiar os arrendatários comerciais desde março, com estes a suportar as suas próprias dívidas e despesas, tendo muitos encerrado portas por falta de ajuda. A deputada Márcia Passos apontou que “a ânsia de protagonismo dos partidos de esquerda de mexer no arrendamento a qualquer custo, seja em tempo de pandemia ou sem estarmos em pandemia, é tal que está instalada a verdadeira confusão”.

De acordo com a deputada, o PSD já tinha alertado a necessidade de se “introduzir mecanismos de apoio”, sendo que “um deles até foi concedido em sede de especialidade”. “Uma linha de crédito de custos reduzidos para os senhorios cujos arrendatários deixassem de pagar as rendas, uma solução equilibrada por proposta do PSD”, disse a deputada, acusando o Governo de não legislar a proposta do PSD mas que esta está inserida na lei.

Márcia Possas apontou que os últimos oito projetos de lei apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP refletem falta de atenção, propondo “soluções que já existem e outras que esquecem medidas aprovadas em sede de Orçamento de Estado”. “Sabemos que no Orçamento de Estado foram apresentadas centenas de propostas, tivemos milhares de guiões de votações para aprovar, mas deviam estar mais atentos e saber o que foi aprovado e parar para pensar e deixar de criar tanta confusão aos portugueses”, criticou a deputada do PSD.

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