Petr Pavel, general aposentado, ex-comandante da NATO e o candidato mais pró-ocidente de entre os dois que chegaram à segunda volta, chegou à presidência checa após uma vitória por uma larga margem sobre o ex-primeiro-ministro Andrej Babis numas eleições onde a guerra entre a Rússia e a Ucrânia esteve muito presente.
Os resultados mostraram que Pavel prevaleceu por uma margem de 57,6% contra 41,5%, a maior já registada numas presidenciais no país.
Babis – que foi primeiro-ministro entre 2017 e 2021 – já admitiu a derrota. O general substituirá Milos Zeman, cujo segundo mandato termina em março.
A segunda volta resultou num confronto entre a oligarquia populista e a democracia liberal e numa campanha tensa e marcada pela desinformação. No início desta semana, Pavel foi forçado a usar o Twitter para negar rumores de sua própria morte, divulgados por um site falso e por e-mails hospedados no servidor Yandex, controlado pela Rússia.
A desinformação foi condenada por Babis, que nos últimos dias da campanha cancelou todas as suas aparições públicas por temer por questões de segurança pessoal depois de receber uma ameaça de morte anónima.
No discurso de vitória, Pavel disse que valores como verdade, dignidade, respeito e humildade venceram. “A grande maioria dos checos partilha esses valores e é hora de os devolver à política”.
Pavel, um firme defensor da adesão à NATO e à União Europeia, invocou diversas vezes o espírito de Vaclav Havel, o dramaturgo, poeta, dissidente e primeiro presidente da República Checa após a Revolução de Veludo contra o regime comunista. E vitória de Pavel é vista pelos analistas como uma afirmação de que o país está firmemente enraizado no Ocidente.
Ao felicitar Pavel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que acolheu o seu “forte compromisso com os nossos valores europeus”.
Outros líderes mundiais, incluindo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente de Kosovo, Vjosa Osmani, também usaram as redes sociais para transmitirem os seus parabéns ao presidente eleito. A presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova fez mesmo uma aparição surpresa no palco ao lado de Pavel após o anúncio dos resultados.
Na República Checa, o papel do presidente é principalmente de representação, mas influente – principalmente no que diz respeito à política externa.