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Requerimento de sócios para destituir Bruno de Carvalho mais do que triplicou

Requerimento a circular entre os sócios do Sporting para a destituição do presidente Bruno de Carvalho mais do que triplicou, em 48 horas, o número mínimo de 1000 votos para documento ser entregue à Mesa da Assembleia Geral.
  • Bruno De Carvalho
23 Maio 2018, 07h45

Em apenas dois dias, e após ter começado a circular um requerimento que pede a destituição de Bruno de Carvalho e dos restantes membros da direção do Sporting, foram reunidos mais do triplo do mínimo de 1000 votos que permite a apresentação do documento a Jaime Marta Soares, presidente demissionário da Mesa da Assembleia  Geral para a convocação de uma Assembleia Geral (AG).

Fonte próxima ao processo avançou ao “Jornal Económico” que em apenas 48 horas após ter começado a circular nesta segunda-feira entre os sócios do Sporting CP, este requerimento que pede a destituição de Bruno de Carvalho “reúne já milhares de votos, acima do patamar mínimo de 1000 votos”.

O requerimento invoca como razões para justificar o pedido de destituição por justa causa a “sucessão de atos lesivos para o clube, a desprestigiante atuação pública dos membros do Conselho Diretivo, a postura constante de divisão do Clube, as suspeitas e investigações de corrupção no desporto, o incentivo a atuações agressivas e anti-desportistas e a demissão massiva dos membros dos vários órgãos sociais, o afastamento de parceiros de longa data e a preocupante degradação do património do clube exigem uma reflexão urgente e conjunta dos sócios do Sporting Clube de Portugal”.

5ª feira é o dia D, de Decisões

O requerimento que pede a destituição de Bruno de Carvalho e dos restantes membros da direção do Sporting começou a circular no dia em os órgãos sociais do clube se reuniram, num encontro que se prolongou por cerca de quatro horas e contou com a presença do presidente do clube.

Segundo fonte próxima ao processo, na primeira metade da reunião, Bruno de Carvalho tentou que os órgãos sociais “revertessem a decisão” da semana passada de avançar para a demissão em bloco da Mesa da Assembleia-Geral e da maioria dos membros do Conselho Fiscal.

Quando confrontado com a impossibilidade, foi dado, então, um compasso de espera de 72 horas até a próxima quinta-feira, 24 de maio, tendo sido colocadas duas hipóteses ao presidente do Sporting: demitir-se ou ser afastado compulsivamente.

Segundo a mesma fonte, foi explicado a Bruno de Carvalho que caso se demita, o atual presidente do clube “poderá concorrer pelo próprio pé às próximas eleições”. Foi assegurado ao líder do clube de Alvalade que se tomasse esta decisão “no mesmo momento será feita uma convocatória para marcar eleições”, ficando Bruno de Carvalho em funções até à tomada de posse dos novos membros. Ou seja, à frente do Sporting, por mais um mês, mas, frisa, “mais fiscalizado”.

Já se Bruno de Carvalho continuar a rejeitar a demissão, prossegue a mesma fonte, a alternativa é o afastamento compulsivo, que levará à marcação de uma assembleia geral para a sua destituição com justa causa.

Caso este último cenário se concretize, o “Jornal Económico” sabe que a preocupação de vários sócios passa pelos “perigos” da próxima assembleia geral, nomeadamente as questões de segurança dado que reunirá milhares de sócios, numa altura em que o clube vive uma das maiores crises de sempre.

Recorde-se que na passada quinta-feira, 17 de maio, dois dias após as agressões de adeptos a jogadores e equipa técnica na Academia de Alcochete, a Mesa da Assembleia-Geral do Sporting demitiu-se em bloco. Uma decisão seguida pela maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar.

O presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Jaime Marta Soares, justificou a demissão deste órgão com as “previsíveis consequências que possam advir desta instabilidade que está a marcar profundamente a instituição Sporting Clube de Portugal”. E chegou mesmo a apelar que Bruno de Carvalho seguisse exemplo destes órgãos.

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