A BlackRock estima que a Reserva Federal dos EUA (Fed) vai continuar a subir os juros até atingirem um pico de 6%. Uma projeção que ganha força depois de o presidente do banco central, Jerome Powell, ter sinalizado que as taxas poderão ter de subir mais do que se prevê atualmente.
“Pensamos que há uma hipótese razoável de a Fed ter de subir as taxas de juro até 6% e mantê-las nesse patamar durante um período longo, de forma a abrandar a economia e levar a inflação para perto de 2%”, afirma Rick Rieder, responsável da BlackRock, à “CNBC”.
A economia está mais resiliente do que o previsto, refere, com os dados mais recentes sobre o mercado laboral e a inflação a darem ainda sinais de robustez.
“Isto deve-se, em parte, ao facto de a economia já não ser tão sensível à evolução das taxas de juro como aconteceu nas décadas anteriores, e a sua resiliência, embora positiva, complica as coisas para a Fed”, afirma Rick Rieder.
Em fevereiro, o banco central norte-americano subiu as taxas de juro em 25 pontos base, elevando-as para um intervalo entre 4,5% e 4,75%. No mercado, a expectativa é de que a Fed vai subir novamente este mês, desta vez em 50 pontos base, passando para 5% a 5,25%.
Na terça-feira, o presidente da Fed alertou que as taxas de juro podem ter de subir mais do que previsto. “Os dados económicos mais recentes foram melhores do que estimado, o que sugere que o nível das taxas de juro deverá ter de ser mais elevado do que projetado”, disse Jerome Powell. “Se os dados mostrarem que é preciso ‘apertar’ [a política monetária] mais depressa, estamos preparados para aumentar o ritmo de subida dos juros”, frisou.