“O momento de abrandar o ritmo das subidas das taxas de juro pode chegar já na reunião de dezembro”, assinalou Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, mas recordou ao meso tempo ser “provável” que as taxas de juro se mantenham em alta “durante algum tempo” para conter a inflação.
Num discurso proferido na Brookings Institution, o presidente da Fed disse que um aumento menor do que o esperado não deve ser interpretado como um sinal de que o banco central norte-americano vai deixar de combater a inflação. Nem seria de ponderar tal situação.
Powell reconheceu que existem boas notícias no que se refere à inflação, com descidas no custo dos bens, como automóveis, móveis ou eletrodomésticos, e antecipou um possível recuo nos custos associados às rendas e outros encargos com as casas, a ocorrer em 2023.
No entanto, lembrou que os custos dos serviços, como assistência médica e restauração, ainda estão a avançar rapidamente e que deverá ser mais difícil controlá-los. “Temos um longo caminho a percorrer para assegurar a estabilidade dos preços”, vincou.
No que se refere ao aumento dos salários, o presidente da Fed disse que está “acima dos níveis consistentes com uma inflação de 2%”.
O relatório da inflação, reportado a outubro, mostra que os preços ascenderam 7,7%, face ao ano anterior, penalizando o orçamento de muitas famílias. Porém, esta subida está abaixo dos 9,1% de junho. Este ano, a Fed já subiu por seis vezes a sua taxa diretora.
Em setembro, a Reserva Federal antecipou que a taxa a curto prazo poderia crescer para entre 4,5% e 4,75% no próximo ano, mas Powell já disse que o crescimento poderia ser superior.