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Respostas de Costa sobre SIS continuam omissas em pontos essenciais e levantam novas questões, afirma IL

A IL recordou a António Costa que há um conjunto de perguntas sobre o assunto feitas em 28 de abril pelo partido através do parlamento e “que aguardam resposta” e avançou que vai formular mais uma pergunta, querendo saber “quando é que Mendonça Mendes disse ao primeiro-ministro que tinha tido um telefonema naquela noite com João Galamba”.
1 Junho 2023, 14h00

O presidente da IL considerou hoje que as respostas do primeiro-ministro sobre a atuação dos serviços de informações na recuperação do portátil do ex-adjunto das Infraestruturas “continuam omissas em pontos essenciais”, dirigindo-lhe mais uma questão.

Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, Rui Rocha reagia às respostas do primeiro-ministro, António Costa, a um requerimento do PSD com quinze perguntas sobre a atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS) para a recuperação do portátil levado por Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, João Galamba, na noite de 26 de abril.

O dirigente da IL considerou que “continua a não haver uma explicação, uma versão concreta, relativamente ao telefonema de João Galamba a Mendonça Mendes”, relatado pelo ministro na comissão de inquérito, salientando que o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro – que tem uma audição parlamentar prevista para o dia 06 de junho – não fez qualquer declaração sobre o tema e que “o primeiro-ministro tem-se recusado a responder a essa pergunta”.

A IL recordou a António Costa que há um conjunto de perguntas sobre o assunto feitas em 28 de abril pelo partido através do parlamento e “que aguardam resposta” e avançou que vai formular mais uma pergunta, querendo saber “quando é que Mendonça Mendes disse ao primeiro-ministro que tinha tido um telefonema naquela noite com João Galamba”.

“Espero que Mendonça Mendes venha dizer verdade à comissão de Assuntos Constitucionais. Acredito que sendo dita a verdade provavelmente João Galamba não passará do dia 06 de junho como ministro, aliás como já não devia ser”, considerou.

Rui Rocha manifestou ainda estupefação com outra resposta de António Costa.

“O primeiro-ministro diz que a indicação para contactar o SIS não partiu do gabinete do primeiro-ministro. Ora bem, nós tivemos aqui no parlamento, na comissão de inquérito da TAP, o ministro João Galamba a responder claramente ao deputado da IL Bernardo Blanco que tinha havido uma orientação de Mendonça Mendes [secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro] na própria noite dos acontecimentos no sentido de envolver o SIS nesta questão”, salientou.

Rui Rocha considerou que esta é “mais uma versão contraditória, ou pelo menos uma versão não explicada, dos acontecimentos”.

Nessa audição, o ministro das Infraestruturas afirmou que quem lhe disse em 26 de abril para contactar os serviços de informações foi o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro e confirmou a versão transmitida na véspera pela sua chefe de gabinete – que terá sido Eugénia Correia a reportar ao SIRP (Sistema de Informações da República Portuguesa) e depois contactada pelo SIS –, mas garantiu que não lhe transmitiu qualquer instrução para ligar às ‘secretas’.

“O meu telefonema com António Mendonça Mendes termina depois do telefonema de Eugénia Correia com o SIRP”, afirmou.

O primeiro-ministro afirma que a ação do SIS na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas não envolveu qualquer autorização sua nem resultou de sugestão do seu secretário de Estado Adjunto, Mendonça Mendes.

Nas respostas ao PSD, António Costa afirma que, “de acordo com o exposto pelo ministro das Infraestruturas e confirmado pela sua chefe do gabinete [Eugénia Correia], a iniciativa de contactar o SIS partiu da própria chefe do gabinete do ministro das Infraestruturas, não tendo resultado de sugestão do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro”.

António Costa reitera que, no seu entender, “a chefe do gabinete do ministro das Infraestruturas agiu corretamente perante a quebra de segurança de documentos classificados”.

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