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Respostas rápidas: Braço-de-ferro continua na Autoeuropa. E agora?

A comissão de trabalhadores rejeita o novo horário de produção avançado pela administração da Autoeuropa e o conflito na maior unidade industrial portuguesa continua sem fim à vista. Saiba o que está em causa.
  • Luis Viegas
14 Dezembro 2017, 10h59

Porque é a Autoeuropa tão importante para Portugal?

A Autoeuropa, sediada em Palmela, é a maior unidade industrial do País, com mais de três mil funcionários. A empresa é responsável por cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e por uma fatia significativa das exportações nacionais. Quando a Autoeuropa trava, a economia portuguesa desacelera. A empresa assiste há vários meses a um duelo entre a administração e a comissão de trabalhadores, devido aos novos horários de laboração que prevêem o trabalho aos sábados.

O que propõe a administração da Autoeuropa?

A administração da Autoeuropa quer passar a ter 17 turnos mensais, com o trabalho aos sábados pago a dobrar. Os novos horários prevêem que cada trabalhador tenha quatro fins de semana de descanso e mais um período de dois dias consecutivos de folga, a cada dois meses.

O que dizem os representantes dos trabalhadores?

A comissão de trabalhadores da Autoeuropa, que tem o apoio da CGTP, rejeita “por completo” a decisão da administração. Pede o retomar das negociações e convocou um plenário para 20 de dezembro. Apesar das críticas vindas de vários sectores da sociedade portuguesa, Arménio Carlos, líder da Intersindical, defende que não existe risco de deslocalização da produção ou de fecho da Autoeuropa devido a este braço-de-ferro.

O que dizem o Governo e os partidos políticos?

O Governo admite o risco de encerramento da maior unidade industrial do País, devido ao duelo entre trabalhadores e administração. “São milhares de postos de trabalho, diretos e indiretos que estão a ser criados e vão ser criados no futuro”, afirmou o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, em declarações aos jornalistas. Com excepção do PCP e do Bloco de Esquerda, que apoiam a comissão de trabalhadores, os principais partidos (PS, PSD e CDS) estão preocupados com a possibilidade de a Autoeuropa abandonar Portugal, tal como sucedeu com a Opel da Azambuja, em 2006.

E agora?

O Governo assumiu o papel de mediador do conflito. Amanhã, sexta-feira, terá lugar uma reunião com as presenças da comissão de trabalhadores e da gestão da fábrica da Volkswagen. O ministro Vieira da Silva servirá de mediador e já afirmou que espera que o “diálogo social (…) seja uma ferramenta fundamental para o futuro da empresa que é muito importante para o país.”

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