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Respostas Rápidas. Votos dos emigrantes dão dois deputados ao PS e outros dois ao PSD mas geram polémica

Desde os resultados passando pelas dificuldades que tiveram os emigrantes, terminando no que disseram os partido são vários os pormenores desta história.
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    Mário Cruz/Lusa
10 Fevereiro 2022, 17h10

O voto dos emigrantes já foram contados e o PS continua a ter maioria absoluta e a ser o grande vencedor das eleições legislativas. No entanto, a contagem tem gerado alguma controvérsia.

Quais os resultados da contagem dos votos dos emigrantes?

Os votos dos emigrantes nas legislativas deram mais dois deputados ao PS e dois deputados ao PSD. O PS obteve 37,72% e o PSD 28,40% dos votos, seguidos do Chega que terminou com 9,86%.

Que problemas surgiram aquando da votação dos emigrantes?

Segundo um estudo da associação Também Somos Portugueses (TSP) dos 44% de eleitores que responderam não ter conseguido votar, 69% afirmou que não recebeu o boletim de voto. Entre estes, 12% não receberam por estarem recenseados em Portugal e 8% por não estarem na sua morada habitual. Os restantes 31 % afirmaram que não conseguiram votar por outras razões.

Antes das eleições a associação tinha alertado para “centenas de milhares de portugueses que estão neste momento em risco de terem o voto anulado por terem o cartão de cidadão caducado”. Existiram também problemas com as datas para o voto.

O que diz o Governo?

A ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem , admitiu que houve alguma “má compreensão do regime eleitoral”. “Partimos do pressuposto de que, estando tudo exposto, as pessoas percebiam a diferença de regime e que estariam em condições de perceber que havia um limite para se inscreverem para o ato eleitoral”, referiu Francisca Van Dunem.

O que dizem os partidos?

Na terça-feira, o PSD contestou junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) a validação de votos de emigrantes sem estarem acompanhados de cópia do cartão de cidadão. De acordo com declarações de Maló de Abreu, do PSD, à Lusa, o partido apresentou reclamação junto das mesas e depois junto da CNE, por estarem a ser contados todos os boletins de voto recebidos, incluindo os que não estão acompanhados de cópia do cartão de cidadão.

Por sua vez, o deputado socialista Paulo Pisco, acusou o PSD de “oferecer um espetáculo degradante” e recordou que em reunião com a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) todos os partidos concordaram que seriam validados todos os votos.

À esquerda, o PCP lamentou a “instrumentalização do processo eleitoral”. “A intervenção do PSD nas Assembleia de Apuramento dos círculos eleitorais da Europa e de Fora da Europa conducente à anulação de milhares de votos de eleitores baseada na invocação de procedimentos legais, visa no essencial a instrumentalização, questionamento e perturbação do processo eleitoral”, apontam os comunistas em comunicado divulgado no site do partido.

“O PCP lamenta a instrumentalização do processo eleitoral para fins que pouco têm a ver com os interesses das comunidades portuguesas residentes no estrangeiro”, diz o partido com representação parlamentar.

Já os liberais escolheram as redes sociais para falar sobre o assunto. “Não podemos ser um país que empurra as pessoas para a emigração e depois dificulta-lhes fortemente o seu direito de voto”, escreveram no Twitter os liberais.

Paralelamente, noutra publicação, a IL referiu que “foram invalidados 157 mil votos na emigração”. “Os acordos de amigos entre PS e PSD conduzem inevitavelmente a um Estado que funciona muito mal, que falta ao respeito de forma grave aos contribuintes e cidadãos”, disseram.

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