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Respostas Rápidas. Ministros da Defesa da NATO analisam situação na Ucrânia. O que ficou decidido?

A agenda da reunião centrou-se, inevitavelmente, na invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em 24 de fevereiro, nomeadamente nas recentes alegações de Moscovo sobre a existência de armas químicas no território ucraniano, que já levaram a NATO a advertir o Kremlin para o “preço muito elevado” a pagar se estiver a utilizar um pretexto fictício para utilizar esse tipo de armas. Próxima reunião está agendada para 24 março.
  • NATOpress/Twitter
16 Março 2022, 16h30

Os ministros da Defesa da NATO realizam esta quarta-feira uma nova reunião extraordinária em Bruxelas sobre a guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, durante a qual terão oportunidade de falar da situação no terreno com o homólogo ucraniano, por videoconferência. O que ficou decidido?

O que foi decidido pelos ministros da Defesa da NATO?

O secretário-geral da NATO voltou a dizer que a Aliança não tem nenhum plano para mobilizar tropas da NATO para a Ucrânia, mas vai reforçar os sistemas aéreos e a frota naval no âmbito da postura de dissuasão e defesa da organização.

Os Estados-membros vão continuam a apoiar e a fornecer material militar ao país.

Além disso, foi definido um novo aumento do orçamento para a defesa dos Aliados.

Nas palavras do ministro da Defesa português, “aquilo que se ouviu à volta da mesa foi um conjunto de Aliados extremamente unidos e extremamente determinados”.

“Os Aliados estão unidos”, reiterou o Secretário-geral da NATO na conferência de imprensa à margem do encontro.

Stoltenberg revelou ainda que os ministros da Defesa estiveram atentos aos receios do homólogo da Geórgia quanto ao conflito, reconhecendo que é preciso continuar a apoiar o país que foi igualmente vítima da ingerência militar russa em 2008.

“O obejtivo da NATO não é provocar um conflito, mas pôr fim ao que já existe”, sublinhou.

 

Qual o ponto de situação feito pelos Aliados?

“No terreno não vemos nenhum sinal de boa fé”, disse Stoltenberg, acrescentando que é importante “não especular sobre as negociações Rússia-Ucrânia”.

O secretário-geral da NATO acredita que Putin subestimou as forças ucranianas e que o ataque-relâmpago não se cumpriu como previsto pelo Kremlin, apesar de a Rússia continuar a ter forças armadas fortes.

Stoltenberg chamou a atenção para a retórica nuclear do Kremlin, lançada para “criar medo, insegurança e instabilidade”, pelo que rejeita qualquer desvalorização da capacidade e da ameaça russa.

“Percebemos quão importante foi o apoio dado à Ucrânia antes da invasão”, reconheceu.

Questionado sobre uma possível vitória da Rússia, Stolterberg preferiu uma abordagem na qual valoriza os progressos da Ucrânia: “Preferimos olhar para a capacidade do exército, bravura e coragem da Ucrânia”.

“Putin queria arrasar a Ucrânia e subjugar o povo ucraniano, mas não conseguiu”, sublinhou o antigo primeiro-ministro da Noruega, acrescentando que o presidente russo “queria ter menos forças da NATO à sua volta, mas conseguiu o oposto”.

Segundo Stoltenberg, o conflito é devastador para os ucranianos, mas coloca pressão sobre outros países vizinhos fora da NATO e da UE, como a Geórgia.

 

O que foi discutido sobre a possível adesão da Ucrânia à Aliança?

Jens Stoltenberg deixou claro que cabe à Ucrânia decidir se pretende aderir à NATO.

Contrariando o que seria a sua ambição inicial, Volodymyr Zelensky reconheceu que a Ucrânia não se poderá juntar à NATO, o que poderá resolver um impasse nas negociações entre Kiev e Moscovo, dado que essa era precisamente uma das exigências de Putin.

 

Quando voltam os Aliados a reunir-se para discutir a guerra na Ucrânia?

Está agendada para o dia 24 a próxima cimeira extraordinária da NATO, que vai decorrer presencialmente, em Bruxelas.

“Juntos vamos conseguir coordenar de forma mais eficiente o apoio à Ucrânia e a condenação da Rússia para mandar uma mensagem muito clara ao Kremlin, que é a de que o conflito tem de parar”, disse Stoltenberg.

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