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Respostas Rápidas: o que é que a S&P prevê para a economia portuguesa?

A Standard & Poor’s melhorou na sexta-feira a perspetiva do notação soberana portuguesa para positiva. Veja aqui o panorama que a agência prevê para a economia portuguesa nos próximos anos.
17 Setembro 2018, 07h35

Qual foi a alteração que a Standard & Poor’s fez?

A agência manteve a notação da dívida soberana portuguesa inalterada em ‘BBB-‘, mas subiu o outlook, ou seja, a perspetiva da notação, para ‘positivo’ de ‘estável’.

O que significa essa melhoria?

As agências de notação costumam ser cautelosas nos relatórios, mas a S&P foi clara na mensagem: “a perspetiva positiva reflete a possibilidade de um upgrade se a desalavancagem privada e pública avançarem ao nível das melhorias na estabilidade financeira”.

A agência adiantou que poderá melhorar a notação de Portugal se a economia continuar a desalavancar externamente ao nível atual de 3% a 5% do Produto Interno Bruto por ano

Explicou ainda que uma subida do rating poderá também acontecer se as condições de crédito em Portugal convergerem mais em direção à média da zona euro, melhorando a transmissão da política monetária do Banco Central Europeu. Sublinhou que, de forma mais específica, irá monitorizar os custos do financiamento e dos níveis do crédito malparado no sistema bancário, que permanecem altos.

Como é que a S&P vê a evolução dos principais indicadores económicos nos próximos anos?

 

“Esperamos que a economia portuguesa cresça perto de 2% anualmente até 2021, com o défice a melhorar até 0,4% do PIB em 2020, de 0,7% este ano, disse no relatório publicado na sexta-feira. Para este ano a previsão é de uma expansão económica de 2,3%, com o ritmo a desacelerar para 1,9% em 2019 e depois para 1,7% nos dois anos seguintes.

A S&P prevê que nesse período o desempenho económico permaneça abrangente com contribuições de todos os setores. Explica ainda que embora a elevada alavancagem do setor privado e as limitações dos canais de crédito devido ao malparado poder limitar o investimento, mas sublinhou que o nivel de concessão de crédito a empresas não-financeiras saudáveis parecem ter convergido para as média da zona euro.

Além da recuperação da procura interna, a agência salientou o desempenho das exportações nos últimos anos, com Portugal a ganhar quota de mercado a um ritmo mais rápido que outros exportadores como Alemanha, Espanha ou Irlanda.

Qual é a visão da agência sobre o mercado laboral em Portugal?

A S&P identificou tendências positivas na dinâmca do mercado do trabalho, que diz serem resultado do programa de ajustamento. risou que não espera que o atual Governo revirta esssa alterações no Código, apesar de ter implementado outras medidas como o aumento do salário mínimo a restituição da semana de 35 horas na função pública.

A agência explicou que os aumentos sucessivos no salário mínimo não deverão ter enfraquecido a competitividade dos bens e serviços portugueses, pois a 14,1 euros por hora, o custo da mão de obra está 47% abaixo da média da zona euro.

Que alertas deixou a S&P?

Os principais alertas da agência foram sobre o crédito malparado e o elevado endividamento, mas também avisou que tendências poderiam levar a devolver o outlook para ‘estáve’, nomeadamente um enfraquecimento significativo do crescimento económico e ausência de progresso nas reformas estruturais.

Explicou ainda que o outlook poderá ser revisto em baixa se a posição orçamental do Governo deteriorar, mas adiantou que não acredita que isso irá acontecer.


 

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