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Respostas Rápidas: O que esperar do Banco Central Europeu em 2018?

Draghi manteve, na conferência de imprensa desta quinta-feira, um discurso cauteloso quanto ao programa de compra de ativos e à continuação das taxas de juro de referência em mínimos históricos. A inversão da política monetária vai acontecer, mas pode demorar.
  • Axel Schmidt/Reuters
25 Janeiro 2018, 17h55

O BCE vai continuar a comprar ativos da zona euro?

O programa de compra de ativos (dívida titularizada, obrigações hipotecárias, obrigações de dívida soberana e títulos de dívida de empresas) da zona euro, implementado em 2014 para estimular a economia do bloco durante a crise, vai continuar, pelo meno, durante os três primeiros trimestres do ano. Para já, o quantitative easing (QE) está planeado até setembro de 2018, a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros, o que quer dizer metade do valor mensal de compras que eram feitas até dezembro de 2017.

Quando é que o programa de estímulos vai acabar?

Esta quinta-feira, o Conselho de Governadores do BCE resolveu manter a declaração de que as medidas de política monetárias não-convencionais vão continuar “até setembro de 2018, ou mais tarde, se necessário”. No entanto, o presidente da instituição, Mario Draghi, deixou claro que isso não significa que vão prolongar o programa, mas sim que o fim vai ser gradual. “Temos de distinguir entre prolongar, parar e um tapering gradual”, disse. Os analistas dividem-se sobre o que vai acontecer, mas é possível que anuncie compras entre setembro e dezembro de 2018, com um valor global mais reduzido.

Quando é que os juros vão começar a subir?

As taxas de juro de referência da zona euro estão em mínimos históricos, mas Draghi tem reiterado que subidas só depois do fim do programa. Quando, exatamente, não se sabe. Draghi afirmou que “a política monetária vai continuar muito acomodatícia por causa da política de reinvestimentos e porque as taxas de juro de referência vão continuar nos níveis atuais bem além do fim do programa”. Questionado sobre se os juros poderão subir ainda em 2018, respondeu: “Com base nos dados que temos hoje, vejo muito poucas hipóteses”.

forward guidance do BCE vai mudar?

O banco central introduziu em 2013 o uso da forward guidance para dar indicações aos mercados sobre os próximos passos que vai tomar. Os relatos da última reunião de política monetária do BCE lançaram dúvidas no mercado, ao mostrar que a instituição pretende mudar a linguagem nos próximos meses. Mas Draghi já clarificou que a maior importância dada à forward guidance sobre subidas das taxas de juro é um “processo natural” associado à diminuição dos estímulos.

O que é que está a influenciar as mudanças?

O mandato do BCE pretende-se com a meta da inflação (abaixo, mas próximo 2%) e é esse o principal indicador de que a instituição está à espera. A meta tem sido falhada (em dezembro ficou em 1,4% na zona euro) e a “recente volatilidade na taxa de câmbio representa uma fonte de incerteza, que é necessário monitorizar devido às possíveis implicações para o outlook de estabilidade dos preços a médio prazo”, disse Draghi, mas também sublinhou que a expansão económica robusta da economia “reforça a confiança na convergência da inflação no sentido da meta”.

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