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A polémica dos 359 mil euros para trazer o ‘Preço Certo’ à Madeira

O ‘Preço Certo’ esteve na Madeira. Governo Regional justifica que investimento promoveu produtos da região e o turismo, e que o investimento foi derramado na economia regional, enquanto que PS critica executivo por fazer uso de dinheiro público para “benefício próprio, com fins partidários” e para “dividendos eleitoralistas”.
1 Junho 2023, 15h40

Afinal em quanto ficou a fatura, para a Região Autónoma da Madeira, das filmagens do programa televisivo ‘Preço Certo’ na Região? A Secretaria Regional da Agricultura foi forçada a fazer um esclarecimento sobre o assunto, enquanto que o PS, maior partido da oposição da Madeira, criticou a utilização de dinheiro público pelo executivo regional.

A Secretaria Regional esclareceu que o investimento chegou aos 359 mil euros para trazer o programa televisivo para a Região.

Contudo, a mesma Secretaria Regional salienta que o Orçamento da Região suportou 54 mil euros do investimento total, enquanto que a restante verba foi assegurado através de fundos europeus.

PS critica uso de dinheiro público

O PS, maior partido da oposição na Região Autónoma da Madeira, já criticou o executivo regional por fazer uso de recursos públicos para se “autopromover, com o objetivo de obter dividendos eleitoralistas, quando tinha a obrigação de apoiar a população no momento em que esta mais precisa”.

O líder parlamentar do PS Madeira, Rui Caetano, diz que o executivo regional vem “justificar o injustificável” quando diz que a Região pagou 54 mil euros dos 359 mil euros para trazer as filmagens do ‘Preço Certo’ para a Madeira.

“O Orçamento Regional tem várias fontes de financiamento, uma das quais os fundos da União Europeia”, sublinha o socialista, que acrescentou que esse dinheiro “é, por direito, de todos os madeirenses e devia ser usado para os propósitos para os quais foi atribuído”.

Rui Caetano censurou o “regabofe” que o Governo Regional está a fazer com recurso aos dinheiros públicos.

O socialista condenou ainda a usurpação que o executivo regional “faz do dinheiro de todos os madeirenses em benefício próprio, com fins partidários”, e diz que esta situação do ‘Preço Certo’ “é apenas um exemplo entre muitos”, acrescentando que “basta olharmos às festas recorrentes, à instrumentalização de instituições públicas, aos cartazes e outdoors propagandísticos e às inaugurações ao velho estilo de arraial”.

Governo destaca retorno para Região

Ainda sobre o investimento realizado pelo Governo da Madeira, no ‘Preço Certo’, a Secretaria Regional da Agricultura esclareceu que o objetivo passou por “promover os produtos agrícolas e agroalimentares regionais e a marca ‘Produto da Madeira’, bem como a Madeira e o Porto Santo, enquanto destinos turísticos”.

A mesma Secretaria Regional acrescentou que o programa foi uma “oportunidade privilegiada” para o aumento da notoriedade dos produtos agrícolas, agroalimentares e outros produtos obtidos na Região Autónoma da Madeira, bem como da sua “colocação no mercado e do seu consumo, contribuindo assim para encorajar os agricultores, artesãos e outros produtores regionais a manterem e/ou melhorarem as suas áreas de cultivo, as unidades artesanais, as agroindústrias e outras atividades industriais, especialmente aquelas que preservam e respeitam a tradição, o saber fazer e a sazonalidade das produções da Região”.

A Secretaria Regional da Agricultura destaca ainda o “inquestionável” retorno mediático alcançado, reforçando que quase todo o investimento realizado no programa “foi derramado na economia regional, em viagens, hotéis e alimentação para cerca de 90 pessoas que se deslocaram à Região para a realização do espetáculo, para o transporte de contentores, aluguer de espaços, logística, som, cenografia, policiamento, bombeiros e segurança em todas as vertentes”.

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