[weglot_switcher]

Respostas Rápidas. Portugal em situação de seca. Como pode o consumidor reduzir o consumo de água?

Numa altura em que Portugal atravessa um período de seca agravada, é fulcral o consumidor ter em conta do tipo de consumo de água que leva no dia a dia. Em quatro perguntas e respostas, saiba como aprender a poupar este recurso e gerir a despesa na sua carteira.
4 Fevereiro 2022, 17h45

Numa altura em que Portugal atravessa um período de seca agravada, o Governo decretou um conjunto de medidas que visam ajudar a gerir a água disponível em albufeiras e barragens — que normalmente é usada para a produção de eletricidade —  de forma a garantir que, nos próximos dois anos, está assegurado o fornecimento de água para consumo humano. Além destas medidas, foi reforçado o apelo para que o consumo nos próximos meses sejam feito de forma responsável e sustentada, uma vez que se antecipa um período sem chuva prolongado.

O país está todo em situação de seca?

Sim. Atualmente todo o território continental em estado de seca: 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema, segundo os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) partilhados com o Jornal Económico.

E segundo o IPMA, tudo indica que durante o mês de fevereiro o cenário se torne mais gravoso. Este cenário, explica o IPMA ao JE, “implica um agravamento do índice de seca meteorológico generalizado, de sul a norte do continente, bem como nas zonas do norte litoral”, resultado de uma “anomalia negativa para a precipitação” durante o mês de fevereiro.

Além do agravamento da condição de seca em todo o território nacional, o instituto meteorológico português destaca, no entanto, “que a intensidade da seca meteorológica na região a sul do rio Tejo, terá a seca extrema como classe dominante e a norte do Tejo será a classe de seca severa”.

Assim, e olhando para a previsão mensal para o mês que agora começa, a situação não dá sinais de melhoria, com os dados a apontarem para “valores abaixo do normal praticamente para todo o território, em especial para as regiões do Minho e Douro Litoral nas semanas de 31/1 a 6/2 e de 7/2 a 13/2”. Nas semanas seguintes, e até ao final do mês, a situação mantém-se, embora a probabilidade de certeza diminua quão mais longe no tempo é feita.

“As previsões para esta semana e a próxima indicam uma ausência de precipitação, existindo contudo uma probabilidade de até 20% de ocorrência de precipitação nos dias 4 e 5 de fevereiro”, refere o IPMA.

Que medidas foram tomadas pelo Governo para colmatar a seca no país?

Face à atual situação climatérica, o Governo decretou um conjunto de medidas que visam ajudar a gerir a água disponível em albufeiras e barragens. Desde a passada terça-feira, 1 de fevereiro, que as cinco barragens geridas pela EDP (Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode) passaram a estar impedidas de produzir água para propósitos energéticos, e ficando apenas limitada a fornecer água para consumo humano. Já a barragem da Bravura, no Algarve, fica impedida de ser utilizada para fins de rega.

Fixámos quotas mínimas para o volume de água necessária e garantindo que teremos sempre água para o consumo humano para dois anos”, explicou João Matos Fernandes.

A medida, anunciou o governante em conferência de imprensa, serve para gerir um recurso que é “escasso”.

“É verdade que o país está em seca. Todos temos que estar preocupados para que consumamos a menor quantidade de água possível nos usos mais intensivos como a agricultura, industria, consumo humano e urbano”, apelou, frisando não achar ser ainda necessário “tomar medidas genéricas para o país”.

Será esta situação recorrente nos próximos tempos?

Embora seja difícil prever o futuro, o IPMA não esconde que tem observado “nos anos mais recentes uma maior frequência de episódios de seca meteorológica, alguns deles prolongado-se por mais de um período húmido (outono e inverno) e seco (primavera e verão)”.

Quanto aos próximos tempos, embora o IPMA não consiga estimar quando é que Portugal regressará a um período de chuva regular, os especialistas antecipam que “a atual situação se desloque mais para sul, onde normalmente se situa nesta época do ano, e permita a passagem de superfícies frontais que trarão precipitação”.

Relativamente aos próximos dias, e em termos de temperatura, várias cidades poderão rondar, ou até mesmo ultrapassar, os 20 graus Celsius, em especial na zona sul do país. Faro poderá chegar aos 21°C, assim como os distritos de Beja e Santarém, segundo as previsões do IPMA. Lisboa estará entre os 19°C e os 20°C. Já no Norte, o Porto poderá contar com máximas de 18°C ao longo da semana.

Que medidas pode o consumidor adotar para reduzir o consumo da água?

São várias as práticas a nível doméstico que devem ser adotadas  numa altura em que o Governo considera a água como um “bem escasso”.

Segundo a Deco, estas são as principais dicas que podem contribuir não só para a poupança da água mas também a despesa mensal em sua casa:

  • Mantenha a sua canalização doméstica em bom estado, de forma a prevenir as fugas/ruturas. Se as suas torneiras não param de pingar chame um canalizador;
  • Equipe as torneiras de sua casa com redutores e reduza o seu caudal em cerca de 50%.
  • Opte por autoclismos com dupla descarga, pois é nas descargas que temos a maior quantidade de água desperdiçada;
  • Faça uma leitura regular do contador, para controlar as suas faturas e os seus gastos;
  • Opte por usar máquinas de lavar (louça ou roupa) com a carga completa. Lembre-se que ciclos longos gastam mais água;
  • Se lava a louça à mão, enquanto ensaboa, feche a torneira;
  • Prefira duches a banhos de imersão. Enquanto a água não aquece, coloque um balde no chuveiro e aproveite essa água para outra fonte;
  • Regue o jardim ao início ou final do dia, quando a evaporação é menor.
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.