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Respostas Rápidas: Twitter comprado por 44 mil milhões de dólares. O que está em causa?

A operação foi aprovada, por unanimidade, pelo conselho de administração, mas está sujeita à ‘luz verde’ quer dos reguladores quer dos restantes acionistas da empresa de São Francisco. É o caso dos fundos detidos pelo grupo Vanguard, que têm mais de 10% da rede social.
26 Abril 2022, 17h41

Enquanto Portugal celebrava a Revolução dos Cravos, que a 25 de abril de 1974 deu início ao processo de transição para a democracia, o bilionário norte-americano Elon Musk dava o pontapé de saída daquilo que considera ser o arranque da liberdade no Twitter. O dono da Tesla adquiriu esta segunda-feira a rede social por 44 mil milhões de dólares (41 mil milhões de euros) e pretende transformá-la.

O que aconteceu ontem?

Menos de duas semanas depois do anúncio da OPA (Oferta Pública de Aquisição) hostil, o Twitter informou que havia assinado um acordo definitivo para ser comprado por uma sociedade detida na íntegra por Elon Musk, pelo valor de 54,20 dólares por ação em dinheiro. O preço representa um prémio de 38% em relação ao valor das ações no fecho de Wall Street a 1 de abril de 2022, o último dia de negociações na bolsa antes de Elon Musk passar a ter uma participação de 9,4% na empresa.

A assessorar este negócio estão Goldman Sachs, J.P. Morgan e Allen (financeiramente) e Wilson Sonsini Goodrich & Rosati e Simpson Thacher & Bartlett (juridicamente), do lado do Twitter. A Morgan Stanley, a BofA Securities e o Barclays são os assessores financeiros de Elon Musk ao passo que a Skadden, Arps, Slate e a Meagher & Flom estão a apoiá-lo a nível legal.

Qual o objetivo de Elon Musk?

Já se sabia que o fundador da SpaceX queria tirar o Twitter da bolsa de Nova Iorque, mais precisamente do índice tecnológico Nasdaq. “Acredito que a empresa deve ser privada (…). Depois de pensar nisto nos últimos dias, decidi que quero adquirir a empresa e tirá-la da bolsa”, explicou Elon Musk, na carta enviada aos gestores da rede social. O Twitter confirmou que esses são os planos, mas Elon Musk vai mais além nas metas, que passam por autenticar todos os utilizadores, envolver criptoativos na tecnológica, eliminar bots (softwares que simulam ações de seres humanos) para evitar enviesamentos e, portanto, alterar a cultura empresarial.

“A liberdade de expressão é a base de uma democracia a funcionar e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade. Também quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos open source (código aberto) para aumentar a confiança, acabar com os spam bots e autenticar todos os humanos”, explicou o empresário nascido em Pretória.

Que aprovações faltam?

A operação foi aprovada, por unanimidade, pelo conselho de administração do Twitter, mas está sujeita à ‘luz verde’ quer dos reguladores quer dos restantes acionistas da empresa de São Francisco. É o caso dos fundos detidos pelo grupo Vanguard, que este mês assumiram uma participação de 10,3% no Twitter e tornaram-se nos maiores acionistas, destronando Elon Musk por cerca de um ponto percentual. É também o caso do Morgan Stanley, que está em terceiro lugar da tabela com 67 milhões de ações, correspondentes a 8,4%.

Elon Musk deu uma garantia de 25,5 mil milhões de dólares (24 mil milhões de euros) em dívida e um compromisso de capital de aproximadamente 21 mil milhões de dólares (20 mil milhões de euros), sem condições de financiamento.

Como reagiram os mercados?

Inicialmente, bem. As ações do Twitter subiram cerca de 4% após a transação, em contraciclo com a performance dos três principais bolsistas norte-americanos. Por volta das 17h30 desta terça-feira os títulos caíam 3,63% para 49,83 dólares, seguindo a tendência pessimista de Wall Street.

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