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Retalhistas usam bitcoins e genética para combater falsificação alimentar na China

A China é um dos principais responsáveis pela fraude no setor alimentar, que, anualmente, tem um prejuízo para a indústria internacional de cerca de 40 mil milhões de dólares.
7 Agosto 2017, 12h53

Conhecidos pela sua capacidade de copiar, os chineses são considerados um dos maiores falsificadores de produtos alimentares do mundo, de acordo com a Inscatech, uma empresa norte-americana, fundada por Weinberg, com sede em Nova Iorque. A firma tem como principal objetivo decifrar as principais fraudes de produtos no setor alimentar e as más práticas, para ajudar as multinacionais e as empresas de retalhos a combatê-las.

Segundo Weinberg, em declarações à Bloomberg, estatisticamente, estão a ser detetadas fraudes que rondam os 70%, “mas no caso da China, estão quase nos 100%”. “Isto é disseminado através de grupos alimentares e tudo o que possa imaginar”, disse o fundador à agência.

A China é o país onde é produzida a maior parte dos produtos falsificados do mundo, além da indústria alimentar, de acordo um relatório elaborado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela União Europeia. O gigante asiático é o maior produtor de nove das dez principais categorias de produtos falsificados – alimentares, perfumaria e cosméticos, artigos de couro e bolsas, roupa e tecidos, calçados, joias, equipamentos eletrónicos e elétricos, aparelhos óticos, fotográficos e médicos, e brinquedos – à exceção dos elementos farmacêuticos, que são maioritariamente produzidos pela Índia.

Combate à falsificação

Face a esta realidade, a Inscatech está a desenvolver marcadores genéticos e impressões digitais para que seja possível diferenciar os produtos originais dos falsificados. Outras empresas também estão a avançar com algumas tecnologias digitais no mercado dos produtos alimentares para localizar e registar os produtos desde que saem das quintas.

“Os consumidores querem saber a origem dos produtos”, disse Shaun Rein, gerente do Grupo de Pesquisa de Mercado da China, citado pela Bloomberg num estudo.

Atualmente, algumas das maiores empresas de alimentos estão a utilizar as criptomoedas para efetuar negócios, através do blockchain, um cronograma de transações partilhado e criptograficamente seguro. O que, de acordo com a maior empresa de retalhos do mundo, Wal-Mart Stores, permitiu com que o rastreio da carne de porco fosse muito mais rápido, passando de 26 horas para alguns segundos.

O controlo destas situações de fraude, na opinião do responsável Shaun Rein, “é uma ótima oportunidade de negócio”, não apenas para a China, mas também a nível global, pois as “empresas de alimentos chinesas estão a tornar-se parte de toda a cadeia de suplementos”.

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