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Retenção de talento e ESG permanecem como principais desafios na contabilidade, diz bastonária

Na abertura da mesa redonda “Futuro da Contabilidade”, Paula Franco destacou que o país mantém um tecido empresarial em que os conhecimentos tecnológicos ainda escasseiam e projetou o futuro da profissão.
25 Julho 2022, 10h22

A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados vê uma grande importância futura para os profissionais do sector, especialmente dado o crescimento da importância dos requisitos ambientais, sociais e de governança (ESG) no tecido empresarial mundial. Ainda assim, a atração e retenção de talento permanece como um desafio acrescido na área, sendo, portanto, necessário valorizar mais a profissão.

Paula Franco começou o seu discurso de abertura da mesa redonda “Futuro da Contabilidade”, iniciativa promovida pelo JE com o apoio da PLMJ, por elogiar o processo de digitalização que o país desencadeou nos últimos anos, especialmente no sector da contabilidade, mas relembrou que “falta um caminho grande a percorrer”, especialmente junto dos micro e pequenos empresários, para que não haja um aprofundamento da diferença de desenvolvimento tecnológico entre as organizações mais desenvolvidas e as PME.

Esta é, portanto, uma área na qual o país está ligeiramente atrasado, até porque, argumenta, a digitalização é cada vez mais “uma questão do passado”, à medida que se massifica na área de contabilidade e no resto da economia.

Outra dificuldade que o sector encara e identificada por Paula Franco como a principal prende-se com a atração e retenção de talento. A bastonária reconhece que vários jovens profissionais da área de ciências económicas atribuem à contabilidade a importância de ganhar conhecimentos técnicos, mas argumenta que se torna difícil reter estes trabalhadores, em grande parte pelas remunerações do sector.

“Este é um problema gravíssimo que teremos de ultrapassar, até porque se não tivermos boas demonstrações financeiras não temos análises”, explicou a bastonária, sublinhando a importância que terão os profissionais do sector num ambiente de crescente adoção dos critérios ESG. Caberá, portanto, aos contabilistas “trazer fiabilidade para esta informação não-financeira”, que inclui “questões muito abstratas e difíceis de quantificar”.

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