[weglot_switcher]

Operação Marquês: “Ricardo Salgado não praticou qualquer crime”

O advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, pronunciou-se hoje sobre o despacho final de acusação do Ministério Público divulgado na terça-feira.
  • Rafael Marchante/Reuters
12 Outubro 2017, 11h18

“O Dr. Ricardo Salgado não praticou qualquer crime e esta acusação é totalmente infundada”, diz o advogado do ex-banqueiro, Francisco Proença de Carvalho. Adicionalmente, refere que ao longo do mesmo ocorreram claras violações do segredo de justiça, acusando ainda o Ministério Público de uma enorme promiscuidade com a comunicação social que contaminaram a opinião pública.

Francisco Proença de Carvalho diz mesmo que o seu cliente foi “uma bóia de salvação” para o processo e para algumas pessoas ligadas ao mesmo. “O Dr. Ricardo Salgado vai ser ilibado deste processo”. É com esta última frase que o advogado dá por terminada a conferência de imprensa, sem direito a perguntas dos jornalistas.

Recorde-se que, de acordo com o despacho de acusação conhecido, referente à Operação Marquês, Ricardo Salgado foi indiciado pela prática de 21 crimes: um crime de corrupção ativa de titular de cargo politico, dois crimes de corrupção ativa, nove crimes de branqueamento de capitais, três crimes de abuso de confiança, três crimes de falsificação de documentos, e três crimes de fraude fiscal qualificada.

Acusação da Operação Marquês com 4 mil páginas

O Ministério Público deduziu formalmente acusação contra 28 arguidos, 19 pessoas singulares e 9 pessoas coletivas, no âmbito da designada ‘Operação Marquês’.

Entre os acusados estão José Sócrates, Ricardo Salgado e Carlos Santos Silva, de acordo com a nota enviada esta quarta-feira à comunicação social pela Procuradoria-Geral da República.

A instituição liderada por Joana Marques Vidal explica que o despacho final tem mais de 4 mil páginas que o órgão de administração da justiça foi auxiliado pela Autoridade Tributária e Aduaneira. Houve ainda nove despachos de arquivamento, para os arguidos João Abrantes Serra, Joaquim Paulo da Conceição e Paulo Lalanda e Castro.

“Ao longo do inquérito foram efetuadas cerca de duas centenas de buscas, inquiridas mais de 200 testemunhas e recolhidos dados bancários sobre cerca de 500 contas, quer domiciliadas em Portugal quer no Estrangeiro. Foi igualmente recolhida vasta documentação quer em suporte de papel, quer digital”, conclui o Ministério Público.

Segundo a mesma nota, os factos investigados dos quais os arguidos são acusados, aconteceram durante um período de nove anos, entre 2006 e 2015. As 28 personalidades / organizações, “que exerciam funções públicas ou equiparadas”, violaram os deveres funcionais para conseguirem vantagens.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.