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Rui Rio diz que “não vai fazer uma limpeza étnica” nas listas de deputados do PSD

Presidente reeleito do PSD ressalvou, numa entrevista à CNN Portugal, que considera “uma contradição” quando “determinada pessoa esteve sempre contra mim e quer continuar na lista”. E defendeu que “teria sido mais prudente” se Carlos Moedas não tivesse almoçado com Paulo Rangel a poucos dias das eleições diretas.
  • EPA/JOSE COELHO
29 Novembro 2021, 22h27

O presidente reeleito do PSD, Rui Rio, garantiu que “não vai fazer uma limpeza étnica” nas listas de deputados para as legislativas de 30 de janeiro de 2022, embora tenha apontado, numa entrevista à CNN Portugal, que considera “uma contradição” quando “determinada pessoa esteve sempre contra mim e quer continuar na lista”.

Entrevistado por Júlio Magalhães, Rui Rio voltou a repetir, como dissera no sábado, ao derrotar Paulo Rangel nas diretas para a liderança social-democrata, que os seus apoiantes sabem que não é ingrato e reconhecerá “o esforço que as pessoas tenham feito” para se manter à frente do partido. Mas ressalvou que será o Conselho Nacional do PSD a sufragar as escolhas dos deputados para a próxima legislatura, embora o presidente e a direção nacional tenham “um papel importante” no processo.

“Respeito quem tem uma visão diferente e tenho mais dificuldades em respeitar quem anda a tratar da sua vida”, acrescentou o líder social-democrata. Na entrevista à CNN Portugal considerou ainda que “teria sido mais prudente” se o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, não tivesse almoçado com Paulo Rangel na semana anterior às diretas do PSD caso não pretendesse apoiar nenhum dos candidatos.

Sobre o Presidente da República, que também recebeu Paulo Rangel em audiência no Palácio de Belém enquanto se debatia a proposta do Orçamento do Estado para 2022, no que foi considerado um apoio implícito ao eurodeputado e motivou fortes críticas de apoiantes do líder reeleito, como Catarina Rocha Ferreira e Isabel Meirelles, Rio não foi além de um lacónico “não vou estar a falar nisso”.

Rui Rio voltou a dizer que não acredita que António Costa seja capaz de repetir a ‘geringonça’ de 2015, congregando deputados do PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV caso o PSD vença as próximas legislativas sem maioria absoluta. E, respondendo a uma pergunta sobre a dificuldade que terá para mobilizar o partido saído da disputa interna, disse que “não sabe se é mais difícil a tarefa de unir o PSD ou de unir o PS”.

Também defendido pelo presidente reeleito do PSD foi o fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro, repetindo o argumento de que os ministros “estão permanentemente no Parlamento”, tanto em plenário como em comissões, e que mesmo o primeiro-ministro não vai menos de uma vez por mês. Rio defendeu que o Governo precisa de um “escrutínio moderado, sensato e equilibrado” que decorre do acordo que fez nesta legislatura com António Costa.

 

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