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Rui Rio diz que vitória nas diretas do PSD “só faz sentido se for para construir um país melhor”

Líder reeleito do PSD apontou prioridades para o governo que espera vir a liderar, mas também admitiu o cenário em que tenha de “contribuir para a governabilidade do país” se for derrotado. E na hora de comentar o triunfo nas diretas sobre Paulo Rangel não se esqueceu de a dedicar aos militantes de base aos quais os dirigentes “têm que se ligar mais”.
27 Novembro 2021, 23h09

O líder reeleito do PSD, Rui Rio, sublinhou que a sua vitória sobre Paulo Rangel nas eleições diretas deste sábado “só for mesmo para construir um pais melhor”, conduzindo o partido à vitória nas legislativas de 30 de janeiro de 2022. “Temos de ganhar para mudar a governação de Portugal”, disse, apontando prioridades para os próximos anos como a redução da carga fiscal, a modernização dos serviços públicos, a valorização dos salários e a descentralização.

“Temos de ter um país e um governo com mais espírito reformista”, disse Rio, que venceu as eleições diretas do PSD pela terceira vez consecutiva, realçando a necessidade de “lutar contra a estagnação” que apontou ao PS, considerando-o um “partido do sistema” e “avesso a reformas”.

Apesar de apontar como objetivo a vitória nas legislativas e de esperar ser o próximo primeiro-ministro, Rio voltou a abrir portas a entendimentos com o PS se nenhum desses partidos alcançar maioria absoluta na Assembleia da República. Apesar de ter garantido, face à insistência dos jornalistas, que irá conduzir os sociais-democratas à vitória eleitoral, admitiu viabilizar um governo minoritário socialista, dizendo que “quem não ganha deve estar disponível para contribuir para a governabilidade do país”.

Com 52,48% dos votos dos militantes sociais-democratas quando faltava apurar apenas 20 concelhias, contra 47,52% para Paulo Rangel (menos 1.690 votos), Rui Rio não esqueceu no seu discurso de vitória os responsáveis pelas estruturas distritais e concelhias que preferiam ver o eurodeputado à frente do partido.

“Esta eleição, antes de ser a nossa vitória, é a vitória dos militantes de base do PSD”, começou por dizer o líder reeleito, acrescentando que os “dirigentes do partido têm que se ligar mais aos militantes, pois é notório que foram na sua esmagadora maioria num determinado sentido e os militantes por outro”. E, como já fizera noutras ocasiões, voltou a acusar “grande parte” daqueles que estiveram ao lado de Rangel de o fazerem “pelos seus interesses pessoais e não pelos interesses do país”.

Reeleito para um terceiro mandato de dois anos, depois de ter vencido Pedro Santana Lopes em 2018 e Luís Montenegro em 2020, após uma primeira volta em que também participou Miguel Pinto Luz, Rui Rio afastou a hipótese de se afastar se não conseguir que o PSD vença as próximas legislativas. E também mostrou que o apelo à unidade feito por Paulo Rangel no discurso de derrota não terá efeito garantido, dizendo que alguns não quererão ser integrados.

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