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Rui Rio: “Governar para as pessoas não é apenas distribuir simpatias e conceder-lhes cada vez mais direitos”

No discurso de encerramento do 37º Congresso Nacional do PSD, o novo líder defendeu que “governar para as pessoas, procurando contribuir para que elas possam mais facilmente construir a sua felicidade, é a razão de ser da atividade política”. Mas sublinhou a importância das “obrigações”, citando Helmut Schmidt: “Precisamos de uma moral pública. Sem obrigações, os nossos direitos não conseguirão perdurar no tempo”.
  • Cristina Bernardo
18 Fevereiro 2018, 14h14

“Governar para as pessoas, procurando contribuir para que elas possam mais facilmente construir a sua felicidade, é a razão de ser da atividade política. Quando assim não é, ela perde sentido e torna-se um elemento contrário à razão da sua própria existência. Só que governar para as pessoas não é apenas distribuir simpatias e conceder-lhes cada vez mais direitos. Quantas vezes governar para as pessoas não passa por definir primeiro as obrigações que permitem a constituição dos direitos que pretendemos conquistar”, afirmou Rui Rio, no discurso de encerramento do 37º Congresso Nacional do PSD, em Lisboa.

O novo líder do PSD evocou depois Helmut Schmidt, que considera ser “um dos maiores vultos europeus do século XX”. Rio destacou uma ideia de Schmidt resultante da sua “preocupação de garantir a sustentabilidade do modelo de sociedade que construímos e que queremos manter e desenvolver”. E citou: “Precisamos de uma moral pública. Sem obrigações, os nossos direitos não conseguirão perdurar no tempo”.

“É pois com estas duas ideias em mente que temos de governar Portugal. Ter as pessoas como centro e a razão da nossa acção, conscientes de que a todos nos cabem as obrigações que nos asseguram os direitos que queremos manter e reforçar”, sintetizou.

“A par de uma luta estruturada contra a pobreza, o PSD tem na classe média o principal foco da sua acção. Quanto maior e mais robusta ela for, menos pobreza teremos e melhor viverá a maioria dos portugueses. O programa de ajustamento, que Portugal foi obrigado a cumprir, afetou particularmente a nossa classe média, tendo colocado na sua franja inferior muitos portugueses que, sem responsabilidade direta, se viram a braços com dificuldades que antes nunca tinham conhecido”, prosseguiu Rio, referindo-se ao período da “troika” em Portugal, quando estava em funções um Governo de coligação PSD/CDS-PP.

“A nossa aposta tem de ser a de conseguirmos, de forma segura e sustentada, reforçar a qualidade e o nível de vida desses portugueses”, defendeu. “Temos de ser ambiciosos e criar cada vez mais riqueza, mas temos também de ter a grandeza de só distribuir o que sabemos que é verdadeiramente sustentável. Caso contrário estaremos a enganar as pessoas e a repetir graves erros do passado”.

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