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Rui Rio: “Mentir não é muito grave para o primeiro-ministro. No Governo dele é normal”

Garantindo que o Estado “foi burlado” na venda das barragens da EDP, o presidente do PSD voltou a acusar Matos Fernandes de ser “advogado de defesa” da empresa e apontou uma “cultura dominante” de mentira ao Executivo de António Costa.
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    Tiago Petinga/Lusa
24 Março 2021, 18h53

O presidente do PSD, Rui Rio, acusou António Costa de liderar um Executivo no qual mentir é natural, referindo-se ao que disse ser a “defesa” da EDP pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, no caso da venda das seis barragens no Douro aos franceses da Engie. “Mentir ou faltar à verdade não é muito grave para o primeiro-ministro. Tenho que admitir que no Governo dele seja normal. No meu não seria”, disse o líder social-democrata na conferência de imprensa em que comunicou que o seu partido apoiará as renovações do estado de emergência enquanto forem necessárias para conter a pandemia de Covid-19.

Depois de ter dito que o Estado foi “burlado” nos negócios das barragens da EDP, pois o governo socialista de José Sócrates vendeu a extensão de exploração de 27 barragens por 700 milhões de euros em 2007, tendo a elétrica conseguido 2,2 mil milhões de euros por apenas seis, Rui Rio voltou a acusar Matos Fernandes de se colocar como advogado de defesa da empresa e garantiu que o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) terá de explicar o motivo para ter revertido o parecer negativo ao negócio da venda que foi elaborado pela sua diretora técnica.

Quanto à existência de consequências para Matos Fernandes, o líder social-democrata admitiu que nada deverá acontecer, enumerando casos em que António Costa manteve em funções ministros em circunstâncias comparáveis. “É o mais provável, depois do que aconteceu com Eduardo Cabrita e com Francisca Van Dunem”, disse, referindo-se ao caso da morte de um cidadão ucraniano nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa e à escolha do magistrado para a Procuradoria Europeia.

Também criticado por Rui Rio foi “o esforço incrível da parte do Governo para baralhar e mentir para que as pessoas não compreendam”, acusando a RTP de ter mentido ao dizer que a empresa criada pela EDP para fazer o negócio com a Engie tinha 28 funcionários e não apenas um.

Ainda segundo o presidente do PSD, António Costa é o responsável por a mentira ser “cultura dominante neste Governo”, o que na sua opinião levará a que “outros ministros se sintam à vontade para fazer o mesmo”.

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