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Rui Rio não tem dúvidas de que “há uns meses” deixar cair a TAP teria sido “melhor”

Em entrevista à rádio “Observador”, o presidente do PSD afirmou não ter dúvidas de que o reforço da participação acionista do Estado na TAP foi “um erro crasso” e disse que o Estado tem agora “um monstro ao colo”, que vai deixar “uma herança para os portugueses no futuro”.
  • Flickr/PSD
18 Fevereiro 2021, 13h50

O Partido Social Democrata (PSD) admitiu esta quinta-feira que, “há uns meses”, teria sido melhor liquidar a TAP, em vez de proceder ao resgate da companhia aérea nacional. O presidente do PSD, Rui Rio, não ter dúvidas de que o reforço da participação acionista do Estado na TAP foi “um erro crasso” e diz que agora o Estado tem “um monstro ao colo”, que vai deixar “uma herança para os portugueses no futuro”.

“Sou muito, muito, muito cético em relação à TAP. O Governo fez um erro crasso com a nacionalização da TAP. (…) Quando foi para os 50%, sem mandar nada na TAP nem sequer tinha possibilidade de gerir a TAP foi um erro de todo o tamanho”, referiu o presidente do PSD, em entrevista à rádio “Observador”.

O líder social-democrata referia-se à reversão do processo de privatização da TAP em 2016, quando o Governo fechou um acordo com o consórcio Atlantic Gateway, dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa, para ficar com 50% das ações da companhia de aviação. Agora com o reforço da participação de 50 para 75%, Rui Rio diz que o Estado está “não com uma criança, mas sim com um monstro ao colo”.

Questionado sobre se deixar cair a companhia aérea teria sido uma melhor solução, Rui Rio garantiu “não ter dúvidas” de que, “há uns meses, teria sido melhor liquidar” e que “nunca se devia ter feito nacionalização”.

A questão dos acordos salariais é, segundo o líder do PSD, algo “absolutamente vital” neste processo. “Estamos a falar de muita gente que na TAP ganha 12 mil ou 15 mil euros por mês, numa empresa que dá prejuízo. Somos nós, com os nossos impostos, que estamos a pagar esses salários que a empresa não tem competitividade para pagar, logo não devia pagar”, argumentou.

“Uma coisa é nós admitirmos dar uma ajuda à TAP numa situação de pandemia, outra é anos e anos e anos a pagarmos ineficiências de gestão e acima de tudo salários dessa natureza. O acordo, tanto quanto sei, para esses salários é de 4 anos. Quem estiver no Governo daqui por 4 anos, leva outra vez com aqueles montantes em cima”, sublinhou Rui Rio.

Se ganhasse as eleições, Rui Rio referiu que teria de “olhar para o acordo” mais garantiu que “o acordo era muito mais apertado do que neste momento”. “Porque se não estamos a deixar uma herança para os portugueses no futuro para andarem a pagar isto até quando?”, atirou.

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