À medida que aumenta a pressão das sanções impostas pelos países do ocidente, a Rússia poderá estar a caminho da maior contração económica em quase três décadas, de acordo com uma previsão interna do ministério das Finanças russo, citada pela “Bloomberg”.
Com os novos dados, é esperado que o Produto Interno Bruto (PIB) do país diminua 12% — uma previsão mais pessimista quando comparada à queda de 8% antecipada pelo ministério da Economia russo.
O ministério das Finanças emitiu um comunicado esta terça-feira, 10 de maio, onde afirma que o relatório de previsão é impreciso. “A preparação de previsões macroeconómicas oficiais não é da competência do ministério das Finanças”, referindo que “espera que as medidas tomadas pelo governo e pelo Banco da Rússia permitam atenuar em grande medida as consequências negativas das sanções e garantir um desenvolvimento económico estável”.
A confirmar-se, uma contração de 12% colocaria a economia russa no mesmo patamar sentido no início dos anos 1990, quando a economia da era soviética perdeu terreno para o capitalismo com uma contração não vista desde a guerra.
“Os principais pontos negativos são o embargo do petróleo, a UE desistir do gás russo, além das saídas de empresas estrangeiras”, disse Natalia Lavrova, economista-chefe do BCS Financial Group em Moscovo. “Tudo isso provavelmente expandirá gradualmente, com muitas consequências negativas a arrastarem-se para 2023″.
Excluindo os fatores anteriormente mencionados e, com base apenas nas sanções atuais, a economista prevê uma contração de 10,8% em 2022 e cerca de 5% em 2023.
O Banco da Rússia disse em 29 de abril que espera uma contração entre 8% e 10% este ano. O Fundo Monetário Internacional previu uma queda de 8,5%, enquanto um inquérito da “Bloomberg” com economistas antecipa um declínio médio de 10,3%.
Se a previsão do ministério das Finanças se confirmar, significaria um retrocesso de uma década de crescimento económico.
A incerteza sobre as perspetivas permanece muito alta à medida que a guerra continua e os EUA e seus aliados discutem e avançam com mais sanções, inclusive sobre exportações importantes como petróleo.