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Rússia “não invadiu a Ucrânia”, diz Lavrov

Numa rara entrevista a um meio de comunicação ocidental, o braço-direito de Vladimir Putin insistiu numa narrativa obediente à linha oficial do Kremlin sobre a realização da “operação militar especial” levada a cabo para “desnazificar” o país vizinho.
17 Junho 2022, 10h53

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, rejeitou ontem, quinta-feira, que a Federação Russa tenha invadido a Ucrânia e que a situação vivida no leste da Europa não é como parece, segundo a “BBC”.

“Não invadimos a Ucrânia”, declarou o braço-direito de Vladimir Putin, insistindo numa narrativa obediente à linha oficial do Kremlin sobre a necessidade de “desnazificação” do país vizinho através da “operação militar especial” ordenada por Moscovo.

“Declarámos uma operação militar especial porque não tínhamos absolutamente outra forma de explicar ao Ocidente que arrastar a Ucrânia para a NATO era um ato criminoso”, explicou Lavrov numa das raras entrevistas a meios de comunicação ocidentais desde a invasão da Ucrânia, no dia 24 de fevereiro.

Lavrov foi confrontado pela estação britânica com números presentes num relatório oficial das Nações Unidas sobre a aldeia ucraniana de Yahidne, na região de Chernihiv, que refere que “360 residentes, incluindo 74 crianças e cinco pessoas com deficiência, foram forçados pelas forças armadas russas a permanecer durante 28 dias na cave de uma escola”, “sem instalações sanitárias e água”, onde “dez pessoas mais velhas morreram”.

“É uma grande pena (…) Mas os diplomatas internacionais, incluindo o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o Secretário-Geral da ONU e outros representantes da ONU, estão a ser pressionados pelo Ocidente. E muito frequentemente estarem a ser utilizados para amplificar notícias falsas espalhadas pelo Ocidente”, respondeu o chefe da diplomacia russa.

“A Rússia não está limpa. A Rússia é o que ela é. E nós não temos vergonha de mostrar quem somos”, sublinhou o governante de 72 anos, que tem ocupado o cargo nos últimos 18 anos.

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