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Rússia oferece-se para mediar conversações entre Turquia e Chipre

As tensões no Mar Mediterrâneo continuam a escalar, com avisos de ambas as partes e movimentações bélicas que ameaçam levar a um conflito armado.
8 Setembro 2020, 17h50

A Rússia mostrou-se disponível para intermediar as conversações entre turcos e cipriotas, numa altura em que as tensões no região oriental do Mediterrâneo têm vindo a escalar devido a desacordos entre os dois países sobre os direitos de exploração de reservas de gás.

“A Rússia considera quaisquer ações que levem a uma escalada da tensão na região inaceitáveis”, disse o ministro russo dos negócios estrangeiros, Sergei Lavrov, numa conferência de imprensa durante uma visita a Nicósia, segundo a Reuters. “No que diz respeito às nossas relações com a Turquia, estamos prontos para promover o diálogo baseado em interesses mútuos e em busca de definições, sempre justo e de acordo com a lei internacional”, acrescentou.

A Turquia e Chipre têm um historial de relações difíceis, com a ocupação turca do norte da ilha, mas este ano viu surgir um novo foco de tensões, com a descoberta de bolsas de gás natural no leste do Mar Mediterrâneo a levar a uma disputa sobre os direitos comerciais da sua exploração entre os dois países. Também a Grécia, aliada de Chipre, tem fortes interesses na matéria, tendo entrado numa contenda semelhante com os turcos acerca da extensão da plataforma continental de cada país.

A oferta russa surge numa altura em que a retórica de ambos os lados sobe de tom. Nos últimos dias, o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan avisou os gregos que terão de sofrer as consequências caso se recusem a negociar, enquanto que Atenas anunciou que irá aumentar a sua capacidade bélica com mais tropas e novas armas.

Os governos turco e grego têm mobilizado meios militares aéreos e navais para a região em causa, orquestrando exercícios de guerra que têm levado a situações de grande tensão.

Tanto a Turquia, como Chipre, como a Grécia fazem parte da NATO, sendo que os dois últimos países são também estados-membros da UE. Bruxelas já avisou Ancara das repercussões sancionatórias que terão quaisquer medidas que coloquem em causa o direito soberano dos gregos e cipriotas às explorações em questão.

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