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SAD do Boavista e do Gafanha alvo de buscas por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento

Estão em curso buscas em duas sociedades anónimas desportivas por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais. No terreno estão 80 elementos da PJ e da AT para recolha de documentação relativa a simulação de operações financeiras com facturação falsa para ocultação de proveitos que envolve uma empresa de organização de eventos.
18 Dezembro 2019, 13h21

As instalações das Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) do Boavista, no Porto, e do Grupo Desportivo da Gafanha – concelho de Ílhavo, distrito de Aveiro – estão esta quarta-feira, 18 de dezembro, a ser alvo de buscas no âmbito de um inquérito crime relacionado com fraude fiscal e branqueamento, conforme apurou o Jornal Económico.

Mas estas SADs não são os alvos do inquérito das autoridades, que têm na mira uma empresa de organização de eventos por suspeitas de simulação de operações financeiras com faturação falsa. O JE sabe que estas SADs terão sido instrumentalizadas e não são os alvos da investigação. As autoridades investigam a empresa externa que utilizou estas SADs nas operações fraudulentas. A PJ realiza buscas para recolha de documentação.

Sem identificar as SAD, fonte oficial da Procuradoria-Geral da República confirma “a realização de buscas no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP do Porto”, dando conta de que este inquérito “investigam-se suspeitas da prática de crimes de fraude fiscal e branqueamento”. Polícia Judiciária (PJ) já identificou uma vantagem patrimonial “de milhões de euros” e revela que foram levadas a cabo dez buscas domiciliárias e três buscas não domiciliárias (que incluíram dois escritórios de advogados, duas sociedades anónimas desportivas e dois cofres bancários), realizadas nos Concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães e Aveiro.

Em comunicado, a Polícia Judiciária avançou ao final desta manhã que  através da Diretoria do Norte, em colaboração com a Inspeção Tributária da Direção de Finanças do Porto, no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP Porto 12.ª Secção, “realizou uma operação policial para cumprimento de mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, pela presumível prática de crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento”.

De acordo com o apurado até ao momento pela investigação, explica a PJ, “ em causa estará a não entrega da prestação tributária devida, e a sua subsequente ocultação através do desenvolvimento de atividade empresarial relacionada com a realização e gestão de eventos desportivos”.

A PJ dá conta de que os suspeitos envolvidos serviam-se de diferentes ferramentas, entre os quais a utilização de faturação falsa emitida por empresas nacionais e estrangeiras e a ocultação de proveitos.

“Para o branqueamento foram usados mecanismos como a aquisição de bens móveis e imóveis por sociedades exclusivamente constituídas para o efeito, assim como o investimento em organizações desportivas, com conluio de agentes desportivos.”, acrescenta o comunicado. E realça que para concretizarem as atividades ilícitas referidas os suspeitos recorreram a aconselhamento jurídico e técnico especializado, sinalizando que até à presente data “foi identificada uma vantagem patrimonial de milhões de euros”.

A operação policial envolveu cerca de 80 elementos, incluindo a participação de Magistrados Judiciais e do Ministério Público e dele resultou a apreensão de documentação diversa relacionada com os factos em investigação.

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