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Santa Casa da Misericórdia de Lisboa duplica lucros em 2017, para 42 milhões de lucros

A SCML dá ainda nota de que se mantém a consolidação da estratégia de diversificação de outras fontes de financiamento que não os Jogos Sociais, com a rentabilização do património a representar quase 30 milhões de euros em receitas (em 2017).
  • Cristina Bernardo
11 Maio 2018, 13h38

A Santa Casa Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) duplicou o seu resultado líquido no ano passado, para 42,4 milhões de euros, divulgou a instituição hoje, sexta-feira, na apresentação do seu Relatório de Gestão e Contas 2017 e do Relatório e Contas do Departamento de Jogos 2017.

Sobre os resultados obtidos, Edmundo Martinho, provedor da SCML, sublinhou que “permitem acentuar a relação que a Santa Casa deve ter com a cidade e o país”, apontando ainda como pontos fortes de 2017 “o apoio à investigação científica, uma área absolutamente crítica; a criação do Fundo Recomeçar, que contou com o empenho dos portugueses; e o acentuar do trabalho com a União das Misericórdias apoiando a reabilitação de obras sociais e de património cultural e religioso das misericórdias de todo o país”.

A celebrar 520 anos, as contas apresentadas relativas a 2017 demonstram uma solidez financeira como nunca teve em nenhum período da sua história: um ativo de mais de 807 milhões de euros no ano passado, representando um acréscimo de 8,7% face a 2016; capital próprio na ordem dos 725 milhões, mais 7,4% do que em 2016; e disponibilidades financeiras acima dos 215 milhões de euros.

Do lado da receita corrente, registou o aumento das verbas provenientes dos Jogos Sociais, que continuam a ser a maior fonte de financiamento das obras e missão da Santa Casa, tendo recebido, em 2017, quase 221 milhões de euros, um acréscimo de 10% face a 2016, rendimentos estes que que representaram 84% das receitas correntes, as quais ascenderam, no total, a 261,8 milhões de euros, um aumento de mais de 10,4% em relação ao ano anterior.

A SCML dá ainda nota de que se mantém a consolidação da estratégia de diversificação de outras fontes de financiamento que não os Jogos Sociais, com a rentabilização do património a representar quase 30 milhões de euros em receitas (em 2017).

Em matéria de despesa corrente, registou um aumento de 5,7% face a 2016, explicado, em parte, com o acréscimo, em cerca de 12,4%, dos subsídios, bolsas e apoios financeiros, situando-se em 30,8 milhões de euros, em 2017. Registou ainda o aumento de 6,6% em gastos com pessoal. No total, a despesa corrente foi de 211 milhões de euros, com a Ação Social a representar quase 55% desse valor e a Saúde cerca de 25%, as áreas “core” da Misericórdia de Lisboa.

Investimento na Ação Social e Saúde reforçado

Em 2017, o investimento da SCML atingiu os 63,3 milhões de euros o que representa uma variação de 32,8 milhões de euros relativamente ao período homólogo (107%). Para além dos investimentos em instrumentos financeiros, destaca-se os investimentos na Saúde, com a construção da nova unidade no Hospital de Sant’Ana, e na Ação Social, com o projeto CARE, que visa o acolhimento residencial junto da jovens e crianças, e com o prograeconimiama InterAge, tendo em vista a requalificação de vários Centros de Dia em Lisboa.

Também no Património, foi reforçado o investimento na valorização do edificado da Santa Casa, através da sua reabilitação e conservação, assim como o desenvolvimento de novos projetos imobiliários.

Evidenciam-se ainda as iniciativas no âmbito da investigação científica, com a atribuição de bolsas e prémios.

No âmbito da Cultura, adquiriu a Coleção de Arte Asiática de Francisco Capelo, uma componente importante da oferta cultural que a Misericórdia está a desenvolver na zona do Bairro Alto, em Lisboa.

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