Um talho social para distribuir cabazes de carne a famílias carenciadas e alojamentos para mulheres sozinhas com filhos foram dois dos projetos vencedores do Programa de Apoio a Empresas Sociais, anunciou hoje a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O Programa de Apoio a Empresas Sociais (PAES) visa a criação de negócios sociais e inclusivos que deem resposta a uma necessidade social, como o combate ao desperdício, o envelhecimento ativo, o combate ao abandono escolar e ao desemprego, com a criação de autoemprego.
Em declarações à agência Lusa, o administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Paulo Mateus Calado, adiantou que foram selecionados 13 projetos entre as 349 candidaturas apresentadas ao programa.
A seleção dos projetos resultou de “uma escolha criteriosa” que teve em conta a sua “efetiva inovação e resposta a questões que são necessidades sociais da nossa comunidade, do nosso país”, explicou.
Paulo Mateus Calado adiantou que o Fundo do Banco de Inovação Social (BIS), constituído pela SCML, pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, o Montepio Geral e a Caixa de Crédito Agrícola, irá disponibilizar uma linha de crédito para cada projeto, através de uma “solução de microcrédito”,
“É um empréstimo até 10 mil euros durante sete anos em que os dois primeiros anos têm uma carência de capital e uma taxa de juro bonificada”, explicou.
Após terem recebido formação durante seis meses, que visou dotá-los “de conhecimentos e instrumentos de gestão” para desenvolver as suas empresas, os vencedores apresentaram hoje os seus projetos a um grupo de possíveis investidores, num evento na Universidade de Coimbra.
Um dos projetos apresentados foi o “Talho Social”, que nasceu para responder a uma lacuna existente na redistribuição alimentar aos mais carenciados, prevendo distribuir cabazes mensais a famílias carenciadas e dar formação em cozinha económica e saudável para promover a autonomia dos utentes.
Foi também apresentado o projeto “Porto Seguro” que visa a (re) integração social e profissional de famílias monoparentais femininas carenciadas.
Para atingir esse objetivo será disponibilizado um espaço que recria o ambiente familiar quotidiano e que funciona também como centro de desenvolvimento de competências sociais, relacionais e profissionais.
Entre os projetos vencedores estão também um centro de apoio à dislexia, ‘workshops’ musicais, um projeto para apoiar todos os intervenientes do circuito do medicamento em lares, um espaço lúdico para combater o isolamento social das mães e uma agência de viagens social orientada para o combate à desigualdade social, por meio do turismo.
Uma empresa de consultoria para apoiar na mudança de vida do meio urbano para o meio rural e uma empresa de prestação de cuidados paliativos no domicílio são outros projetos distinguidos pelo PAES.
Criado no âmbito do Banco de Inovação Social (BIS), plataforma promovida pela SCML que agrega 27 parceiros, o PAES tem como finalidade “captar as melhores ideias, os melhores projetos, os promotores mais motivados, e apoiá-los na estruturação de negócios capazes de dar origem a uma nova empresa social”.
OJE/Lusa