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Santander coloca BCP na lista de ações favoritas e põe preço-alvo nos 0,40 euros

O novo cenário das taxas de juro deverá ter um impacto positivo em todas os bancos, embora em graus diferentes, refere o Santander. Apesar do price-target de 0,40 euros atribuído ao BCP, os analistas dizem “preferir bancos puramente domésticos a instituições com exposição a mercados emergentes”.
  • Cristina Bernardo/JE
22 Junho 2022, 10h16

Os analista do Banco Santander, Ignacio Mendez e Patrick Lee, integraram os títulos do BCP na lista de ações favoritas e veem um potencial de valorização de mais de 100%.

O Santander retomou em força a cobertura de “research” das ações do BCP, colocando o banco português liderado por Miguel Maya na lista de preferidos, com uma recomendação de “outperform” e um preço-alvo de 0,40 euros que implica um potencial de valorização de 122%.

As ações do BCP estão nos 0,18 euros (e apesar do research estão a cair 0,68%).

“Para a Península Ibérica, mantemos a nossa posição positiva em relação a entidades domésticas, com mais uma tendência para emitentes mais arriscados”, revela a nota de research, que foi hoje avançada pelo Jornal de Negócios e a que o Jornal Económico também teve acesso.

“Preferimos ‘players’ puramente domésticos a entidades com exposição a mercados emergentes como o BBVA ou o BCP”, defendem os analistas.

O research fala do “optimismo crescente no sector bancário europeu”.

“O sector está no meio de uma mudança estrutural, deixando para trás o ambiente negativo e o logo período de taxas de juro baixas”, dizem os analistas que reconhecem que “as taxas baixas ou negativas têm sido um grande desafio para o sector, e acreditamos que esta situação não voltará a acontecer”.

O novo cenário das taxas de juro deverá ter um impacto positivo em todas os bancos, embora em graus diferentes, refere o Santander.

Neste contexto, “é surpreendente que o desempenho do sector desde o inicio do ano até agora tenha sido fraco, e que não tenha havido atualizações significativas das perspetivas de resultados, nem para 2022 nem para 2023. Acreditamos que isto se deve a receios de recessão, mas esperamos que essas preocupações desapareçam nos próximos meses”, preveem os analistas.

“Modelámos as atualizações de lucros, que por sua vez sustentariam o forte desempenho do preço das ações para o sector”, dizem.

O Santander diz que “no acumulado do ano, o impacto dos aumentos das taxas de juros tem sido o principal fator para a seleção de ações do setor, e esperamos que essa tendência continue. Na nossa opinião, quando o mercado tiver melhor visibilidade sobre as perspectivas das taxas de juro, a recolha de ações no sector bancário será impulsionada pela sensibilidade dos bancos à subida das taxas”.

Neste cenário, os analistas do Santander acreditam que os bancos do Sul da Europa beneficiarão mais quando comparados com os bancos do Norte da Europa; e, além disso, “os bancos com atividade puramente doméstica poderão beneficiar mais do que os bancos globais”.

Por outro lado, uma vez esclarecido contexto macroeconómico, o Santander defende que o mercado mudará o seu foco, passando do foco no custo do risco mais elevado (devido a preocupações recessivas) para mais uma vez se concentrar no benefício das taxas de juro mais elevadas e na melhoria da rentabilidade dos bancos.

“Para a Península Ibérica, mantemos a nossa perspetiva positiva sobre os bancos nacionais, com maior tendência para os emitentes mais arriscados. Mantemos a nossa posição estruturalmente positiva para os bancos domésticos espanhóis. Preferimos bancos puramente domésticos a instituições com exposição a mercados emergentes como o BBVA (Outperform, e price-targe de 6,50 euros/ação) ou BCP (Outperform, com price-target de 0,40 euros/ação)”, refere o Santander.

Os analistas acrescentam que “em termos de seleção de ações, em vez de olharmos para as jogadas seguras percepcionadas pelos investidores [como o Caixabank (Outperform, com price-target de 4,50 euros/ação) e Bankinter (Outperform, com price-target de 7,20 euros/acção)], adoptamos uma abordagem mais arriscada, pois acreditamos que os bancos com mais risco [como o Sabadell Outperform, price-target de 1,73 euros/ação) e Unicaja (Outperform, price-target de 1,95 euros/acção)] oferecem uma melhor relação risco/retribuição, quando o sector recupera de incertezas macroeconómicas mais baixas”.

Na Europa, preferimos os bancos italianos aos do Benelux. “Os bancos italianos têm sido penalizados pelas suas exposições à Rússia, mas depois de terem constituído provisões consideráveis no primeiro trimestre, acreditamos que os riscos negativos foram geridos, e são controláveis. Além disso, os bancos italianos, na nossa opinião, têm maior sensibilidade ao aumento das taxas quando comparados com os bancos do Benelux, uma vez que estes gerem tradicionalmente o seu balanço numa base neutra em termos de taxas”, dizem os analistas.

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